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Médico austríaco adverte sobre o risco de vício da internet

Lusa / am16 de janeiro de 2002

Em alguns países industrializados, o número de pessoas viciadas na internet já supera o dos dependentes de opiáceos como a heroína, afirma um especialista austríaco.

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O vício da internet já existe em todos os países industrializados

Trata-se de um tipo de dependência que não está relacionada com um substância determinada, sendo semelhante ao vício do jogo. Afeta sobretudo pessoas que vivem sozinhas, tímidas e com inclinação para desenvolver hábitos compulsivos. Num simpósio sobre o tema "A dependência hoje em dia: da heroína à internet", Hubert Poppe explicou que o problema dos que se perdem numa realidade virtual é ficarem cada vez mais afastados do mundo físico sem se aperceberem. Estas pessoas chegam a passar 40 horas consecutivas navegando na internet e suprimem até mesmo o sono necessário à regeneração física.

Os sintomas dos internautas viciados

Entre os sintomas característicos figuram a necessidade de aumentar progressivamente as doses (ou seja, o tempo de navegação), a redução dos interesses a um campo muito restrito e a repetição dos hábitos. O afastamento em relação aos outros, nervosismo, irritabilidade ou depressões quando não podem ter acesso à internet são outros sinais que identificam um viciado na rede. Segundo os especialistas, estes dependentes rompem freqüentemente relações amorosas porque para o viciado só faz sentido a vida passada no mundo virtual, desvalorizando as relações pessoais.

Os especialistas advertem que o vício da internet se manifesta por um desejo irrefutável de acessar a rede virtual, pela perda de controle (navegar muito mais tempo do que aquele que se pretendia) e a subseqüente sensação de culpa, assim como por um comportamento conflituoso nas relações familiares e de amizade. A estes sintomas juntam-se freqüentemente a diminuição de rendimento no trabalho e a tentativa de ocultar ou minimizar o seu vício. Esta dependência ocorre com freqüência nas pessoas que sofrem de uma baixa auto-estima e nas que têm uma atração particular por jogos.

Medidas de prevenção

Conscientes da nova problemática, alguns especialistas elaboraram um catálogo de perguntas para poder diagnosticar a dependência da internet, doença que necessita de um tratamento individual, eventualmente com psicoterapia e com medicamentos. Para Hubert Poppe deveriam existir mais medidas de prevenção como, por exemplo, a inclusão de um aviso sobre os perigos desta nova dependência nos sites de jogos e de conversação online em tempo real (chats).

Outra possibilidade é a celebração de acordos nas empresas sobre quanto tempo se pode passar na internet nos locais de trabalho e sobre a ajuda profissional a longo prazo para evitar as recaídas dos "doentes" após a terapia. Por outro lado, os especialistas admitem que a internet pode ter um efeito positivo em situações psíquicas extremas. De acordo com o perito austríaco, graças à internet são evitados suicídios, sobretudo durante os fins-de-semana, quando internautas intervêm de forma ativa para ajudar as pessoas em perigo que manifestam online a intenção de pôr fim à vida.