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Movimento "anti-islamização" perde força na Alemanha

10 de fevereiro de 2015

Após racha na organização, Pegida reúne 2 mil pessoas em Dresden, bem menos que as 17 mil de duas semanas atrás. Ex-líder do movimento, que causou polêmica posando como Hitler, diz que marcha precisa seguir adiante.

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Foto: picture-alliance/AP/J. Meyer

A primeira manifestação do Pegida (sigla em alemão para "Europeus patriotas contra a islamização do Ocidente") após um racha na liderança do movimento reuniu nesta segunda-feira (09/02) bem menos pessoas do que há duas semanas.

Cerca de 2 mil manifestantes participaram da marcha em Dresden, no leste da Alemanha, de acordo com a polícia; no fim de janeiro, haviam sido 17 mil. Os organizadores do movimento, porém, dizem que 5 mil pessoas se juntaram ao protesto desta segunda – o primeiro desde a saída da porta-voz, Kathrin Oertel, e de outros quatro membros da organização do grupo, em 28 de janeiro.

O presidente do Pegida, Lutz Bachmann, que havia renunciado ao cargo há três semanas, por conta de uma selfie caracterizado como Hitler, voltou ao centro das atenções na marcha desta segunda-feira. Ele defendeu afirmações xenófobas publicadas em sua página do Facebook, que motivaram sua renúncia.

Bachmann disse ter escolhido palavras que "todo mundo já usou alguma vez numa mesa de bar". Ele usara termos como "gentalha" e "saco de sujeira" para se referir a requerentes de asilo.

O ex-líder também defendeu a continuidade do movimento. "Seguiremos adiante. Não há alternativa", disse à multidão. Ele negou que o racha na liderança signifique que o Pegida esteja se inclinando à extrema direita. Outros defensores do movimento afirmaram que tais insinuações são um sintoma da "paranoia nazista" da grande mídia e da política alemãs.

Lutz Bachmann als Hitler
Bachmann, que renunciou após polêmica envolvendo selfie à la Hitler, voltou ao palanque nesta segunda-feiraFoto: picture-alliance/dpa/M. Brandt

Enquanto Bachmann fazia seu pronunciamento, cerca de 400 manifestantes anti-Pegida também protestavam na principal praça da cidade. A famosa igreja Frauenkirche apagou as luzes em protesto contra o movimento.

Em Leipzig, a marcha do Legida, braço do Pegida na cidade, foi proibida por conta de uma emergência policial. Mesmo assim, alguns apoiadores do movimento saíram às ruas, mas foram dispersados pela polícia. Um protesto com o lema "Bem-vindo a Leipzig", contrário ao Legida, foi permitido e contou com a participação de cerca de 200 pessoas.

No último domingo, uma manifestação do novo grupo Democracia Direta para a Europa, fundado pela ex-porta-voz Oertel, reuniu apenas 500 pessoas em Dresden. O movimento segue uma linha mais moderada que o Pegida, mas também discute temas como imigração e asilo.

LPF/afp/dpa