Morte de ativista leva tensão a eleições na Albânia
23 de junho de 2013
As eleições parlamentares na Albânia foram ofuscadas neste domingo (23/06) pela morte de um ativista da oposição, baleado perto de um local de votação em Tirana, capital do país. No tiroteio, que possivelmente teve motivação política, também foi ferido um político governista e mais duas outras pessoas.
O pleito é observado por aliados ocidentais com preocupação. A Albânia integra a Otan e os países membros da aliança atlântica estariam receosos em relação aos caminhos da democracia no país.
Uma vitória da oposição de esquerda pode impedir que o primeiro-ministro albanês, Sali Berisha, obtenha um terceiro mandato de quatro anos. Seria a primeira vez que isto acontece desde o fim do comunismo no país, em 1991. Analistas esperam um resultado apertado entre a coalizão conservadora, liderada pelo primeiro-ministro Sali Berisha, e uma aliança socialista, liderada pelo prefeito de Tirana, Edi Rama.
País polarizado
A morte do ativista da oposição aumenta o medo de confrontos em um país profundamente polarizado entre a direita de Sali Berisha e a esquerda de Edi Rama.
Apesar de as pesquisas de opinião não serem consideradas confiáveis no país, elas apontam uma vitória apertada dos socialistas liderados por Rama. O político foi protagonista de manifestações que condenaram os resultados das eleições de 2009. Na ocasião, quatro pessoas foram mortas ao serem baleadas pelas forças de segurança.
Desde 1991, a Albania não conseguiu realizar uma eleição considerada completamente livre e justa. Mais uma falha pode servir de entrave às ambições albanesas de ingressar na União Europeia. Sali Berisha tem dominado a cena política na Albânia desde o colapso do stalinismo. Aos 68 anos, uma derrota neste domingo pode significar o fim de sua carreira.
MP/rtr/afp/ap