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Ministro alemão defende que Assad enfrente Tribunal Penal Internacional

12 de agosto de 2012

Guido Westerwelle declara que exílio voluntário do presidente sírio, porém, seria uma possibilidade para evitar mais mortes. Liga Árabe adia encontro para decidir novo mediador internacional na Síria.

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Foto: picture-alliance/dpa

O ministro alemão do Exterior, Guido Westerwelle, defende que o presidente sírio, Bashar al Assad, enfrente o Tribunal Penal Internacional de Haia para responder pela situação de violência na Síria. A posição do ministro foi divulgada em uma matéria publicada neste domingo (12/08) pelo jornal alemão Bild am Sonntag.

Westerwelle declarou que "o melhor seria se Assad fosse levado ao Tribunal Penal Internacional de Haia". No entanto, para o alemão, se for para evitar mais banho de sangue no país, o exílio do presidente sírio também deve ser considerado. "Se a saída voluntária de Assad do país puder evitar mais mortes, então o processo penal dele, para mim, não está em primeiro plano", declarou.

O ministro ainda voltou a criticar a Rússia e a China pela posição deles no Conselho de Segurança da ONU. "Rússia e China arcam com uma grande responsabilidade ao não acabarem com a política de bloqueios no Conselho de Segurança e não retirarem a mão protetora sobre Assad."

Westerwelle também voltou a rejeitar a possibilidade de intervenção militar na Síria. "Em uma situação como essa, há uma sensação de tristeza e de impotência, pois uma intervenção militar iria na verdade aumentar e não reduzir os problemas, porque haveria o perigo de um alastramento descontrolado da violência", afirmou.

Durante encontro em Istambul neste sábado, Estados Unidos e Turquia afirmaram que começam a se preparar para a queda de Assad. A preocupação é com o eventual uso de armas químicas e com a situação dos refugiados sírios nos países vizinhos. A secretária norte-americana de Estado, Hillary Clinton, e o ministro turco do Exterior, Ahmet Davutoglu, afirmaram que pretendem ampliar o apoio aos rebeldes na Síria e confirmaram que uma eventual imposição de uma zona de restrição aérea sobre o território sírio poderá ser avaliada.

Encontro adiado

A Liga Árabe decidiu adiar o encontro de ministros do Exterior que aconteceria neste domingo na cidade de Jidá, na Arábia Saudita, para tratar da situação da Síria. A informação foi confirmada pelo secretário-geral da Liga, Ahmed Bin Heli, que não divulgou uma nova data para o encontro.

Também não ficou esclarecido se o adiamento tem relação com o estado de saúde do ministro saudita do Exterior, príncipe Saud al Faisal, de 71 anos. Ele precisou ser operado por causa de uma hemorragia na cavidade abdominal. De acordo com informações oficiais, a cirurgia correu bem e o estado de saúde dele é estável.

Os ministros discutiriam no encontro o nome de um sucessor de Kofi Annan como enviado internacional para mediar os problemas na Síria. Na última sexta-feira, diplomatas das Nações Unidas consideraram o ex-ministro do Exterior da Argélia Lakhdar Brahimi como favorito.

Confrontos entre tropas do governo e rebeldes continuam
Confrontos entre tropas do governo e rebeldes continuamFoto: Reuters

Violência continua

O Exército sírio aumentou a pressão neste fim de semana sobre os rebeldes tanto em Aleppo, maior cidade do país, quando na capital, Damasco. Em Aleppo, tropas do governo bombardearam distritos ocupados pelos rebeldes, enquanto confrontos voltaram a ser registrados no sudoeste da cidade, área que a oposição ao regime Assad já havia deixado na semana passada, segundo o Observatório Sírio para os Direitos Humanos. Segundo a organização de oposição, todas as formas de comunicação foram cortadas em Aleppo, assim como em áreas maiores na província.

Os dois lados seguem acusando um ao outro de cometerem atrocidades. Segundo a oposição, militantes pró-Assad teriam executado dez civis na cidade de Homs, enquanto a agência oficial de notícias Sana noticiou que um de seus jornalistas teria sido assassinado.

De acordo com o observatório, pelo menos 27 pessoas morreram em todo o país neste domingo: 15 civis, sete soldados e cinco rebeldes. Na cidade de Homs, três crianças foram mortas em um microônibus enquanto tentavam fugir com os pais do distrito de Shamas, durante uma operação militar.

MSB/dapd/rtr/afp/dpa
Revisão: Alexandre Schossler