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Ministra alemã critica resolução sobre conflito no Sudão

(ms)31 de julho de 2004

A ministra da Cooperação Econômica, Heidemarie Wieczorek-Zeul, criticou a resolução apresentada pelo Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas sobre o conflito na região de Darfur.

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Membros do Conselho de Segurança da ONUFoto: AP

Os membros do Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU) aprovaram na última sexta-feira (30/07), por 13 votos e duas abstinências, uma resolução sobre o conflito na região de Darfur, oeste do Sudão. O documento estipula o prazo de um mês para que o governo de Cartum faça o desarmamento das milícias árabes, responsáveis pela morte de mais de 50 pessoas e a expulsão de mais de um milhão de nativos da região.

A resolução, entretanto, não faz ameaças concretas caso o prazo não seja cumprido. Não há qualquer menção de sanções, apenas o alerta de que serão tomadas medidas, sem especificar quais serão as providências. Tal estratégia contraria a postura da ministra alemã da Cooperação Econômica, Heidemarie Wieczorek-Zeul, que defende a ameaça de sanções contra o Sudão caso o governo daquele país não interfira no sangrento conflito.

A favor de sanções

"Eu volto a exigir que o Conselho de Segurança da ONU imponha de uma vez por todas sanções para evitar a morte de outras milhares de pessoas". A ministra declarou ainda que alguns países, como Rússia, estariam interessados no comércio de armas e outros no petróleo, ou seja, os interesses comerciais estariam sendo priorizados nesta questão.

Alguns países que fazem parte do Conselho de Segurança da ONU, entre eles a Rússia e a Algéria, foram contra a inclusão da palavra "sanções" no documento, alegando que não seria conveniente pressionar demais o Sudão. A China e o Paquistão se abstiveram da votação. O que se percebe é divergência da comunidade internacional, atestou Christian Ruck, porta-voz para assuntos militares da bancada conjunta da CDU e CSU no Parlamento alemão. Ele exigiu uma postura mais uniforme e dura contra o governo do Sudão, incluindo até a ameaça de um ataque militar.

Dar tempo ao tempo

Já o embaixador da Alemanha na ONU, Gunter Pleuger, acredita que a resolução surtirá efeito nos moldes em que foi aprovada. "Eu creio que esta é uma boa resolução. Daqui a trinta dias, o Conselho de Segurança da ONU vai avaliar se o governo sudanês cumpriu com suas obrigações e só então vamos ver se existirá de fato a necessidade de impôr sanções".