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Milhares podem ter morrido de fome na Síria, alerta ONU

29 de fevereiro de 2016

Conselho de Direitos Humanos da entidade diz que 480 mil pessoas vivem em meio à escassez de alimentos em regiões sitiadas no país. Organização anuncia envio de ajuda humanitária em meio a cessar-fogo.

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Madaya é uma das cidades que ficou sitiada em meio ao conflito entre forças do governo e rebeldesFoto: Reuters/O. Sanadiki

O Conselho de Direitos Humanos da ONU alertou nesta segunda-feira (29/02) que milhares de pessoas podem ter morrido de fome em regiões sitiadas na Síria. Segundo o diretor do órgão, Zaid Ra'ad al-Hussein, 480 mil pessoas estão nessas áreas.

Forças do governo sírio, apoiadas pela Rússia, avançaram sobre bastiões dos rebeldes em Aleppo no início deste mês, rompendo linhas de abastecimento a partir da fronteira com a Turquia e deixando dezenas de milhares à beira da inanição.

"Milhares de pessoas podem ter morrido de fome", disse Hussein. Ele ressaltou que, antes do início do cessar-fogo que entrou em vigor no último sábado, direitos humanos foram amplamente violados durante a guerra civil no país, que já dura cinco anos.

No início de 2016, organizações humanitárias relataram dezenas de mortes por inanição na cidade síria de Madaya, mas o número de vítimas pode ser ainda maior.

"Levar propositalmente pessoas à inanição é algo claramente proibido como arma de guerra. O mesmo vale para os cercos que privam os civis de bens essenciais, como alimentos", acrescentou Hussein.

O diretor do Conselho de Direitos Humanos acusa algumas das partes envolvidas no conflito de atacar "propositalmente" unidades de saúde. Ao menos dez hospitais foram atingidos desde o início do ano.

"Bairros, escolas e mercados de rua abarrotados foram atingidos por dezenas de milhares de ataques aéreos. Milhares de bombas foram lançadas de helicópteros a ruas e casas", completa Hussein.

A ONU irá enviar ajuda humanitária a 154 mil pessoas que vivem em regiões sitiadas nos próximos cinco dias, informou o coordenador da ONU na Síria, Yacoub El Hillo. A organização tem como objetivo dar assistência a 1,7 milhão de pessoas nos próximos meses.

O Escritório da ONU para a Coordenação de Assuntos Humanitários (Ocha) confirmou que cerca de 50 caminhões iriam entregar "ajuda não alimentícia" na cidade de Maadamiyat al-Sham, no sul da Síria, nesta segunda-feira.

No terceiro dia do cessar-fogo no país, a organização Observatório Sírio dos Direitos Humanos denunciou que ao menos sete pessoas morreram neste domingo, incluindo quatro crianças, depois que aviões não identificados atacaram áreas controladas pelos rebeldes em Aleppo. Além disso, grupos insurgentes teriam atacado forças do governo na mesma região.

RC/afp/dpa