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Criminalidade

Berlim aponta alta propensão à violência na extrema direita

3 de maio de 2019

Alemanha abriga 24 mil extremistas de direita, dos quais mais de 12 mil têm propensão a cometer atos violentos, diz Ministério do Interior. Internet é o principal canal de comunicação entre os possíveis agressores.

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Extremistas de direita em Dortmund
Extremistas de direita em ato na cidade de DortmundFoto: picture-alliance/dpa/B. Thissen

A Alemanha abriga cerca de 24 mil extremistas de direita, e mais da metade deles são propensos à violência, afirmou nesta sexta-feira (03/05) o Ministério do Interior do país. Ainda segundo o órgão, entre os estimados 12,7 mil inclinados a cometer atos violentos, alguns revelam inclusive certa "afinidade com armas".

Os números foram revelados pelo ministério ao responder a um questionamento do oposicionista Partido Liberal Democrático (FDP) e divulgados pelo diário alemão Neue Osnabrücker Zeitung.

De acordo com a reportagem, o governo advertiu ainda para uma possível confluência com o terrorismo de direita, acrescentando que há um "risco de radicalização de indivíduos ou de pequenos grupos que não deve ser subestimado". 

Segundo o órgão, extremistas de direita usam a internet para se comunicar uns com os outros. Por isso, o Departamento Federal de Proteção da Constituição estaria examinando atualmente centenas de websites, perfis e canais relevantes no cenário extremista de direita nas redes sociais, em serviços de mensagens instantâneas e plataformas de vídeo.

"Eles montam as plataformas nas quais transitam, trocam informações e tentam disseminar sua propaganda", afirmou o ministério.

Ao jornal, o porta-voz para assuntos internos do FDP no Bundestag, Konstantin Kuhle, criticou a demora na remoção de conteúdos extremistas de direita e de anúncios de ato violentos da internet. Ele também aponta como preocupante o fato de o governo não reconhecer a ligação entre a comunicação de potenciais terroristas de direita em jogos online e as atividades do chamado movimento identitário de direita.

Ele questionou, por exemplo, se o governo tem acompanhado as atividades da extrema direita em plataformas de jogos online como a Steam. O parlamentar aponta que o serviço foi utilizado por David S. antes do ataque em Munique em julho de 2016, quando o jovem matou nove pessoas perto de um shopping antes de tirar sua própria vida. Segundo Kuhle, foi nesta plataforma que o agressor "encontrou confirmação de outros usuários, sendo reverenciado até hoje em diferentes grupos [da internet]".

Para o político, as autoridades devem analisar mais de perto as redes de comunicação da direita. Ele clamou ainda por melhorias nos setores do governo responsáveis pelo monitoramento digital, "para que uma comunicação sobre ataques extremistas de direita não possa se transformar em atos reais".

A resposta do ministério revela que o governo da chanceler federal Angela Merkel não tem "nenhuma estratégia efetiva" para combater a radicalização na rede, disse à DW o gabinete de Kuhle.

IP/dw/dpa/ots

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