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Merkel garante à Polônia que não apoiará pedidos de indenização

(as)30 de outubro de 2006

Durante visita do primeiro-ministro Jaroslaw Kaczynski, chanceler federal reforça que Berlim manterá sua posição de não apoiar alemães que reivindicam compensações do país vizinho por perdas durante a Segunda Guerra.

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Kaczynski se declarou insatisfeito com a posição de Merkel mas vê possibilidade de avançosFoto: AP

A visita do primeiro-ministro polonês Jaroslaw Kaczynski à chanceler federal Angela Merkel, nesta segunda-feira (30/10), mostrou que Alemanha e Polônia continuam longe de chegar a um consenso em relação aos seus principais pontos de divergência.

Ainda assim, Merkel e Kaczynski disseram ver boas chances para um entendimento em relação a duas questões centrais: o projeto de construção do gasoduto russo-alemão através do Mar Báltico e as reivindicações de indenização feitas por cidadãos alemães ao governo polonês.

Indenizações

Assim como todos os seus antecessores, a chanceler federal reafirmou que o governo alemão não apóia os pedidos de indenização feitos por cidadãos e instituições alemães, como a Preussische Treuhand, que exigem que alemães que possuíam bens – principalmente terras – em regiões que passaram para o domínio polonês após o final da Segunda Guerra Mundial sejam indenizados.

Merkel enfatizou sua posição porque disse ter conhecimento do grau de inquietação que esses pedidos causam entre os poloneses. Mas a renúncia às indenizações por meio de um acordo com base em leis internacionais, como sugerido por Kaczynski, não é a "solução correta" e "complicaria as coisas", avaliou Merkel.

Kaczynski saudou as palavras de Merkel sobre o tema indenizações, mas se declarou insatisfeito com a posição alemã. "Do ponto de vista polonês, esse caso ainda não está encerrado", disse. Para ele, ainda é possível "avançar mais" na questão.

Gasoduto

Em relação ao gasoduto russo-alemão, projeto rejeitado pelo governo polonês, também não houve avanços. Kaczynski deixou claro que as ressalvas de seu país ao projeto não se alteram com a proposta alemã de que os poloneses possam contar com um gasoduto próprio, conectado à tubulação russa-alemã.

Segundo Kaczynski, o governo polonês quer evitar que se crie uma situação na qual "a torneira de gás do país possa ser fechada", se referindo ao fornecimento de gás por parte dos russos. Ele afirmou que a Polônia deseja segurança no fornecimento de energia e não quer depender apenas de uma fonte.

Merkel reiterou que a União Européia trabalha para a obtenção de uma rede comum de gás e energia, a qual pode também servir aos interesses da Polônia. A construção do gasoduto foi acertada no ano passado pelo então chanceler federal Gerhard Schröder e pelo presidente russo, Vladimir Putin. O projeto prevê que a tubulação passe pelo Mar Báltico, na costa da Polônia. Os poloneses rejeitam o projeto porque temem que ele aumente sua dependência dos russos no fornecimento de gás.