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Merkel e Macron mostram interesse na vacina russa Sputnik V

31 de março de 2021

Em videoconferência, líderes de Berlim e Paris conversam com Vladimir Putin sobre uma possível cooperação nas vacinas. Uso do imunizante na UE ainda requer aprovação do regulador europeu e divide opiniões em Bruxelas.

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Chanceler federal alemã, Angela Merkel, presidente francês, Emmanuel Macron, e o presidente russo, Vladimir Putin, em conversa
Kremlin: Merkel, Macron e Putin discutiram possíveis entregas e produção conjunta da Sputnik V em países da UEFoto: Reuters/C. Platiau

A Alemanha e a França demonstram interesse no imunizante russo contra a covid-19 Sputnik V. Em uma videoconferência, a chanceler federal alemã, Angela Merkel, e o presidente francês, Emmanuel Macron, conversaram com o chefe do governo russo, Vladimir Putin, sobre uma possível cooperação na vacinação contra o coronavírus.

O imunizante russo desenvolvido pelo Instituto de Pesquisa Gamaleya e o Ministério da Saúde da Federação Russa estava na pauta da videoconferência entre os três líderes, conforme confirmou o porta-voz do gabinete de Merkel, Steffen Seibert, na terça-feira (30/03).

Uma possível utilização da vacina russa Sputnik V depende da avaliação e da aprovação do imunizante por parte da Agência Europeia de Medicamentos (EMA). "Esta avaliação está ocorrendo de acordo com as mesmas normas que se aplicam a todas as outras vacinas", afirmou Seibert.

A EMA está atualmente analisando um pedido de aprovação da Sputnik V na União Europeia (UE). Especialistas da agência devem visitar a Rússia em abril para avaliar a produção e o armazenamento da vacina.  

De acordo com o Kremlin, os três líderes discutiram "possíveis entregas e produção conjunta deste composto em países da União Europeia". A empresa farmacêutica russa R-Pharm planeja produzir a Sputnik V na cidade bávara de Illertissen a partir de junho ou julho.

Uma vez autorizada, a empresa pode solicitar autorização de comercialização no bloco comunitário europeu. A Comissão Europeia não tem nenhum contrato de fornecimento de doses da Sputnik V.

Hungria aplica a Sputnik V desde fevereiro

O uso da vacina russa tem dividido as opiniões entre os 27 Estados-membros da UE. Algumas autoridades, como Thierry Breton, comissário de mercado interno da UE, afirmam que não há necessidade em adquirir a Sptunik V e outras vacinas, e Charles Michel, presidente do Conselho Europeu, que acusou Moscou de usar suas vacinas para campanhas de propaganda.

No entanto, nos bastidores, o bloco europeu vem demonstrando interesse crescente no imunizante Sputnik V, conforme relataram fontes oficiais e diplomáticas da União Europeia à agência de notícias Reuters.

A Hungria – país-membro da UE – antecipou-se e concedeu em meados de janeiros a autorização de emergência para o imunizante russo. A vacinação com a Sputnik V começou na Hungria em 12 de fevereiro. E o chanceler federal da Áustria, Sebastian Kurz, comunicou na terça-feira que seu governo está em negociações com Moscou para a compra de doses da Sputnik V.

Diálogo sobre Ucrânia e Navalny

Putin, Merkel e Macron também conversaram sobre o conflito na Ucrânia, segundo comunicados de Berlim e Moscou. De acordo com Seibert, Merkel e Macron pediram que negociações fossem realizadas para implementar os acordos de Minsk. Apesar do cessar-fogo, há confrontos repetidos entre unidades do governo ucraniano e separatistas pró-Rússia no leste da Ucrânia.

Putin aproveitou a videoconferência para acusar a Ucrânia de provocar um confronto armado com separatistas e de não honrar acordos anteriores sobre sua região no leste dilacerada pela guerra.

Em relação à detenção do oposicionista russo Alexei Navalny, o governo alemão divulgou que Merkel e Macron enfatizaram na videoconferência a necessidade de que sejam "respeitados os direitos humanos e fundamentais consagrados na Convenção Europeia dos Direitos Humanos".

pv (dpa, rtr, afp)