1. Pular para o conteúdo
  2. Pular para o menu principal
  3. Ver mais sites da DW

Mercosul condena "uso desproporcional de força" em Gaza

30 de julho de 2014

Em reunião de cúpula em Caracas, líderes do bloco se opõem a ataques de Israel contra a população palestina. Também pedem "cessar-fogo imediato e restauração do diálogo como única saída para o conflito".

https://p.dw.com/p/1CmCW
José Mujica, Dilma Rousseff, Nicolás Maduro, Cristina Kirchner, Horácio Cartes e Evo Morales em CaracasFoto: Reuters

Os presidentes dos países do Mercosul emitiram nesta terça-feira (29/07), por ocasião da 46ª reunião de cúpula do bloco, um comunicado expressando posição contrária aos ataques de Israel à população palestina e exigindo um cessar-fogo na Faixa de Gaza.

Os membros do bloco manifestaram "um sentimento profundamente humano de solidariedade com o povo palestino, de exigência de que cesse o fogo, que se retomem os caminhos das conversações para a paz e o respeito pelo direito do povo palestino a viver e a existir", declarou o presidente venezuelano, Nicolás Maduro.

Segundo o documento emitido após o encontro em Caracas, os presidentes de Argentina, Brasil, Uruguai e Venezuela "condenaram de maneira enérgica o uso desproporcional da força por parte do Exército israelense na Faixa de Gaza". A afirmação reforça a posição anteriormente manifestada pelo governo brasileiro.

Ao mesmo tempo, os líderes do bloco condenaram qualquer tipo de violência contra a população civil em Israel. Também pediram o respeito aos direitos humanos e humanitários.

Os presidentes também "instaram a um imediato levantamento do bloqueio que afeta a população de Gaza", de maneira que se permita "a livre circulação de pessoas e a entrada de alimentos, medicamentos e ajuda humanitária – tanto por via terrestre como por via marítima".

O comunicado ressalta o apoio aos esforços pela paz do secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, e do Egito, assim como o chamado à comunidade internacional "para exercer a devida pressão a favor de um cessar-fogo imediato e da restauração do diálogo como única saída para o conflito".

Além dos presidentes dos países-membros do bloco – Argentina, Brasil, Uruguai, Paraguai e Venezuela –, também participaram da cúpula os líderes de Chile, Colômbia, Equador e Bolívia, países associados do Mercosul.

Resultados da cúpula

No encontro em Caracas, os países-membros aprovaram a criação de uma Zona Econômica Complementar (ZEC) com os países da Aliança Bolivariana para os Povos da América (ALBA), da aliança energética Petrocaraíbas e da Comunidade das Caraíbas (Caricom) – com objetivo de tornar as relações políticas e econômicas na região mais dinâmicas.

Segundo um comunicado, os presidentes do bloco também se comprometeram a seguir avançando com os passos necessários para o pleno funcionamento do Banco do Sul. Segundo Maduro, o banco deve começar a funcionar ainda no segundo semestre deste ano.

Quanto ao acordo de livre-comércio com a União Europeia (UE), Dilma afirmou que o Mercosul já concluiu sua proposta. "O nosso bloco já concluiu oferta compatível com os compromissos assumidos nas negociações de 2010. Esperamos que o lado europeu conclua agora a sua oferta."

Na semana passada, o presidente da Comissão Europeia, José Manuel Durão Barroso, afirmou à imprensa, em visita ao Brasil, que a "demora" para a conclusão das negociações deveria ser questionada ao Mercosul, sugerindo que o bloco era o responsável pela falta de avanços nas conversas.

Na reunião de cúpula, a Venezuela passou para a Argentina a presidência rotativa do bloco.

LPF/abr/lusa