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SaúdeVenezuela

Venezuela diz que vai oferecer vacina para estrangeiros

30 de dezembro de 2020

Líder chavista afirma que Venezuela vai vacinar 10 milhões de pessoas em um trimestre com a russa Sputnik V e critica governo colombiano por excluir refugiados venezuelanos da imunização.

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Presidente venezuelano, Nicolás Maduro
Presidente venezuelano, Nicolás Maduro, diz que governo vacinará 10 milhões de pessoas em 90 dias Foto: Fausto Torrealba/REUTERS

O líder da Venezuela, Nicolás Maduro, disse nesta terça-feira (29/12) que vacinará gratuitamente contra covid-19 todas as pessoas que residam em seu país, independentemente de sua nacionalidade, e criticou que seu homólogo colombiano, Iván Duque, exclua da imunização os migrantes venezuelanos não regularizados.

"Na Venezuela, a vacina será distribuída gratuitamente a toda a população que vive na Venezuela, sejam colombianos, equatorianos, peruanos, portugueses, italianos. Não faremos como o bárbaro terrorista, sanguinário, de Iván Duque que anunciou que as vacinas serão negadas aos venezuelanos que vivem na Colômbia", afirmou, sem especificar a data de início da vacinação

Em evento com governadores, o presidente venezuelano também criticou o líder da oposição e chefe do Parlamento, Juan Guaidó, que "aplaudira" a decisão de Duque.

"O bobalhão saiu para aplaudi-lo, criminosos, xenófobos, nazistas", Maduro.

Ele também lembrou da assinatura do contrato com a Rússia para a compra de 10 milhões de doses da vacina Sputnik V que, segundo ele, "deve chegar no primeiro trimestre de 2021".

"Dez milhões em 90 dias"

"Nos próximos 90 dias, a Venezuela vai vacinar 10 milhões de compatriotas priorizados, por idade, por profissão, por nível de vulnerabilidade, de forma segura”, afirmou.

A Venezuela tem sido palco, desde o início, da realização de testes clínicos da vacina russa, cuja eficácia é de 91,4%, de acordo com os resultados da terceira fase, mas os bons resultados são vistos com ceticismo no Ocidente.

Em outubro, a Venezuela recebera um primeiro lote da Sputnik V como parte do "teste clínico de fase três" da vacina, do qual cerca de 2 mil pessoas teriam participado, segundo autoridades venezuelanas.

O governo venezuelano expressou sua confiança na vacina russa por considerá-la "muito segura", e disse que está preparado para vacinar a população "o mais rápido possível".

Na semana passada, o país latino-americano ultrapassou as mil mortes por covid-19, por isso recorreu à Organização das Nações Unidas (ONU) para liberar os recursos bloqueados pelas sanções e assim iniciar a vacinação em massa de sua população.

A Venezuela registrou mais de 112 mil casos de coronavírus e 1.018 mortes, segundo dados oficiais. O país enfrenta a pandemia com um sistema de saúde fraco, em meio ao colapso econômico e a uma deterioração de serviços básicos, como eletricidade e água.

Sputnik V na Argentina

Também nesta terça-feira, a Argentina se tornou o primeiro país das Américas a aplicar a vacina russa Sputnik V, ao começar sua campanha nacional de imunização contra o novo coronavírus. A primeira fase abrange um lote de 300 mil doses, de um total de 55 a 60 milhões que o governo planeja receber até julho do ano que vem por meio de contratos com diversas empresas farmacêuticas.

A largada foi dada na província de Buenos Aires, que, por ser a mais populosa, foi a que recebeu o maior número de doses (123 mil). A primeira injeção foi aplicada em uma enfermeira no Hospital San Martín, na cidade de La Plata. Em seguida, foram imunizados uma funcionária da equipe de limpeza da unidade e um médico. 

Na mesma ocasião, também foi imunizado o governador de Buenos Aires, Axel Kicillof. Pertencente ao mesmo partido do governo nacional, ele tentou assim servir de exemplo e inspirar confiança no imunizante russo. 

MD/efe/lusa/rtr