Uma mulher de 30 anos morreu em Monróvia, capital da Libéria, depois de ter contraído ebola, anunciou nesta sexta-feira (01/04) a Organização Mundial de Saúde (OMS). O novo caso da doença foi registrado dois meses depois de o país ter sido declarado livre do vírus.
"Suas amostras de sangue testaram positivo para o ebola. Investigações estão em andamento para identificar a fonte de transmissão e a lista de contatos. O Ministério da Saúde pede que os cidadãos não entrem em pânico com o surgimento de um novo caso de ebola", afirmou o comunicado das autoridades de saúde do país.
A mulher morreu ao dar entrada em um hospital. Ela teria procurado atendimento anteriormente em uma clínica no leste da capital.
Na terça-feira, a OMS declarou que o surto da doença na África Ocidental não constitui mais um risco para a saúde pública internacional. Apesar de os três países já terem declarado o fim da epidemia, casos esporádicos continuam sendo registrados na região. A organização disse, porém, que novas infecções são esperadas, devido à permanência do vírus em alguns sobreviventes.
Essa é a terceira vez que a Libéria registra casos do vírus após declarar-se livre de ebola em duas ocasiões desde o início do surto em dezembro de 2013. A última ocorreu em meados de janeiro, após 42 dias sem registros de novas infecções no país, que mais sofreu com a epidemia, com mais de 4,8 mil mortes devido ao vírus.
Em meados de março, um novo caso da doença foi registrado na Guiné, poucas horas após Serra Leoa declarar o fim da epidemia. Para evitar que o vírus chegasse ao seu território, a Libéria ordenou o fechamento da fronteira com a Guiné.
Ainda não se sabe se o novo caso em Monróvia tem alguma relação com a infecção no país vizinho. O ressurgimento do surto em uma comunidade rural da Guiné já matou sete pessoas nas últimas semanas.
Mais de 11,3 mil pessoas morreram nos últimos dois anos na pior epidemia de ebola da história. A maioria dos casos foi registrada na Libéria, Serra Leoa e Guiné.
CN/afp/rtr/ap/lusa
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Ebola: luta contra o vírus mortal
Traje de proteção
Na luta contra o ebola, roupas de proteção adequadas para médicos e enfermeiros são essenciais. Toda a pele deve ser coberta com material impenetrável pelo vírus. Mas trajes apenas não bastam, também é necessário seguir corretamente as prescrições de segurança.
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Ebola: luta contra o vírus mortal
Trabalho em conjunto
Os profissionais de saúde devem treinar a colocação correta dos trajes protetores. Como aqui, na unidade especial de isolamento de Düsseldorf. Novos trajes são utilizados a cada vez, para que não haja risco de contaminação no processo. Dessa forma, cuidadores sem proteção também podem ajudar os colegas a se vestir.
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Ebola: luta contra o vírus mortal
Isolamento total
Os quartos dos pacientes na unidade de isolamento em Düsseldorf são completamente protegidos do mundo exterior. O ar é filtrado e as águas residuais são tratadas separadamente. As vestes de proteção, que os cuidadores trajam permanentemente, são pressurizadas. Essas medidas de segurança vão além do necessário: o ebola pode ser transmitido por objetos contaminados, mas não pelo ar.
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Ebola: luta contra o vírus mortal
Ducha desinfetante
Após o tratamento dos pacientes, todo o traje é aspergido por fora com desinfetante, a fim de eliminar potenciais contaminações viróticas. Somente após essa ducha as vestimentas podem ser removidas, cuidadosamente.
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Ebola: luta contra o vírus mortal
Ajuda externa
Durante a remoção dos trajes protetores, os profissionais de saúde devem ser extremamente cautelosos. Luvas de proteção permanentemente instaladas nas aberturas da câmara permitem ajuda externa sem contato direto com o traje. Após o uso, estes são imediatamente descartados e incinerados.
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Ebola: luta contra o vírus mortal
Enfermeiras contaminadas
Apesar dos altos padrões de segurança, , na Espanha e Estados Unidos três enfermeiras contraíram a doença. As circunstâncias da contaminação ainda não foram esclarecidas. As residências das profissionais (na foto, Texas) foram isoladas e desinfetadas após a descoberta do contágio.
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Ebola: luta contra o vírus mortal
Proteção na África
Agora, médicos e enfermeiros da África Ocidental também foram equipados com trajes protetores. No entanto, estes nem sempre obedecem as normas para uma proteção efetiva. Por vezes, pequenas áreas da pele ficam descobertas ou o material usado é permeável. Além disso, colocar e retirar o traje pode ser arriscado.
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Ebola: luta contra o vírus mortal
Isolando os mortos
Os funerais das vítimas do ebola também requerem cuidados extremos. Na África Ocidental, a tradição de os familiares de lavarem os corpos dos mortos resultou em numerosas novas infecções. Para família e amigos, costuma ser difícil compreender e acatar as rigorosas medidas de isolamento.
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Ebola: luta contra o vírus mortal
Isolamento em barracas
Numa região onde os cuidados médicos são extremamente precários, uma epidemia das atuais proporções representa um enorme desafio. Os infectados são tratados em barracas improvisadas, como se vê na foto feita na Libéria. No entanto, até mesmo um país como a Alemanha ficaria sobrecarregado nessas circunstâncias. No momento, há apenas 50 leitos nas unidades de isolamento alemãs.
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Ebola: luta contra o vírus mortal
Incineração em vez de sol
Em algumas regiões afetadas na África Ocidental, os trajes contaminados são pendurados para secar ao sol, numa tentativa de desinfetá-los para reutilização. No entanto, é muito mais seguro as roupas serem imediatamente incineradas após o uso, como ocorre na Guiné. Escassez e altos custos dos trajes dificultam essa medida: as roupas de proteção custam entre 30 e 200 euros.
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Ebola: luta contra o vírus mortal
Controles nos aeroportos
As viagens aéreas são a maior ameaça na transmissão de longa distância do vírus. Por esse motivo, a temperatura dos passageiros está sendo monitorada em alguns aeroportos. Entretanto, o método não oferece garantia absoluta, já que o período de incubação do ebola é de 21 dias.
Autoria: Marcus Lütticke / cmk