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Le Pen nega ter contratado funcionário com emprego fictício

18 de fevereiro de 2017

Líder da extrema-direita francesa nega ter admitido a autoridades europeias que usou recursos do Parlamento Europeu para pagar funcionário particular. "É uma mentira descarada", afirmou.

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Marine Le Pen é suspeita de desviar recursos da Eurocâmara para pagar funcionários que não atuam no ParlamentoFoto: Reuters/R. Prata

A líder da extrema-direita francesa, Marine Le Pen, negou nesta sexta-feira (17/02) ter admitido que contratou seu guarda-costas com um emprego fictício no Parlamento Europeu.

Um relatório do Escritório Antifraude Europeu (Olaf), divulgado por dois veículos de comunicação franceses nesta quinta, diz que Le Pen reconheceu que nomeou o guarda-costas Thierry Légier como assistente parlamentar europeu para "regularizar salários e despesas".

"É uma mentira descarada, nunca reconheci o que quer que fosse perante investigadores, aliás nunca os vi", afirmou a líder do partido Frente Nacional, que é candidata às eleições presidenciais francesas.  

Segundo trechos do relatório divulgado pelo site Mediapart e pela revista Marianne, Le Pen "reconheceu, por um lado, que as folhas de salário elaboradas para o período de outubro a dezembro de 2011" indicavam um "valor de 41.554 euros que nunca foi pago ao beneficiário indicado, Thierry Légier" e, "por outro lado, que ela nunca tinha empregado Légier durante aqueles três meses".

O advogado da presidente da Frente Nacional, Marcel Ceccaldi, reiterou em comunicado que Le Pen rejeita as informações de que Légier ganhava 7.200 euros mensais no final de 2011, como publicou a revista Marianne. Os pagamentos correspondem a "uma regularização contábil" que o guarda-costas não recebeu, porque os valores foram destinados à Seguridade Social.

Em entrevista a uma rádio francesa, Le Pen admitiu que houve "um ajuste entre o Parlamento Europeu e o pagamento de terceiros neste caso", mas "absolutamente nada de fictício". "Tenho todas as provas que darei quando necessário, já as enviei ao Olaf", adiantou.

A assessoria de imprensa do órgão de investigação europeu indicou à agência France Presse que "a investigação revelou que a deputada realizou um contrato de trabalho puramente fictício com um dos seus assistentes".

Desvios

O relatório concluído em julho do ano passado foi entregue ao presidente do Parlamento Europeu, Antonio Tajani. O inquérito contém suspeitas de que membros da Frente Nacional desviaram recursos do Parlamento Europeu utilizando assistentes parlamentares nas atividades políticas do partido.

O Parlamento Europeu já ordenou que Le Pen restitua 340 mil euros, mas ela não cumpriu o prazo até 1º de fevereiro para devolver uma primeira parcela. O salário da candidata foi cortado pela metade e os repasses da Eurocâmara para despesas gerais e gastos com diárias à Frente Nacional foram reduzidos.

Le Pen é investigada desde março de 2015 pelo Escritório Antifraude Europeu (Olaf) por mau uso de recursos na contratação de funcionários que não atuariam no Parlamento Europeu. Ela também teria usado verbas da Eurocâmara para pagar uma chefe de gabinete do partido.

A líder da extrema-direita francesa lidera as pesquisas de intenção de voto para as eleições presidenciais, marcadas para abril e maio.

KG/efe/lusa/dpa