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Às margens do Ilmenau

Rodrigo Rodembusch20 de dezembro de 2008

Situada a 50 quilômetros de Hamburgo, Lüneburg, no estado da Baixa Saxônia, está longe de ser uma cidade pequena, porém ainda preserva hábitos e costumes do passado e preserva a arquitetura típica do norte da Alemanha.

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A cidade cresceu a partir do comércio do salFoto: R.Rodembusch/DW

A região onde fica situada hoje a cidade de Lüneburg teve seus primeiros habitantes já no período do Neanderthal. Durante a construção de uma rodovia em 1990, foram encontrados artefatos com 150 mil anos idade. Já os registros de fixação sedentária datam do século 6 a.C. Toda a história pode ser conferida no Lüneburger Museumssammlung.

Outro local a ser visitado é o monte Kalkberg, situado a oeste da parte histórica da cidade. No local, a extração de calcário foi intensa no século 19. Outra fonte de riqueza regional foi o sal, mineral responsável pelo crescimento da região e que determinou os rumos da história local por mais de mil anos.

Lüneburg é a cidade do sal no norte da Alemanha. Devido ao longo monopólio na região norte da Alemanha, Lüneburg entrou cedo na Liga Hanseática. O produto era importante para os pescadores do Mar Báltico e da costa da Noruega. Nestes locais, a pesca do arenque não significava apenas tirar o peixe da água. Era preciso salgá-lo para que pudesse ser levado ao continente e lá, vendido.

Luebenau Promenade
Lüneburg fica às margens do rio Ilmenau, afluente do ElbaFoto: R.Rodembusch/DW

Com o fim da Liga Hanseática e a escassez do arenque, a cidade amargou um período sombrio. Sem dinheiro, quase nenhuma casa nova foi construída. Era como o sono da Bela Adormecida. O poeta alemão Heinrich Hesse, cujos pais viveram em Lüneburg entre 1822 e 1826, chamou a cidade de "residência do tédio".

Para dentro da terra

Os 72 mil moradores de Lüneburg estão acostumados com a curiosidade de quem visita a cidade e se pergunta por quê algumas casas não respeitam o nível normal da rua. A resposta é simples: com o tempo, diversas residências sofreram com o deslocamento do solo, já que a área urbana se encontra sob uma mina de sal.

Devido ao aumento da retirada do sal por meio de técnicas consideradas modernas para a época (em torno de 1830), o solo começou a ceder lentamente. A igreja Lambertikirche e diversas casas perderam estabilidade e tiveram que ser demolidas. Este foi o motivo do fim dos trabalhos na salina.

O terreno ainda não está completamente acomodado, o que poderá provocar mais alguns metros de desnível. As ruas Grapengiesserstraße e Frommestraße são as que permitem uma melhor percepção do estrago causado pela atividade econômica desenfreada.

Markt in Luebenau Panorama
Ruas estreitas levam ao coração da cidade, a praça central Am SandeFoto: R.Rodembusch/DW

O que visitar

No entanto, o orgulho dos moradores de Lüneburg não foi construído somente com sal. A cidade preza muito sua igreja e o casario antigo, exemplos da arquitetura da região. Como a Segunda Guerra Mundial não teve grande poder destrutivo na área, o que se vê é, em grande parte, original de centenas de anos atrás.

Nas margens do rio Ilmenau, um afluente do rio Elba, fica o porto antigo (Alter Hafen, em alemão). O guindaste original dá uma idéia de como as mercadorias eram transportadas das embarcações para a terra. De lá, é possível apreciar a vista e os patos que nadam nas águas calmas do rio, por exemplo de um dos cafés do largo Stintmarkt, um conjunto de casas que margeiam o porto.

Partindo do porto, as ruas levam para a praça central Am Sande, a mais antiga da cidade. Seu casario existe há mais de cem anos e apresenta frontões coloridos e típicos do norte do país. No fim da praça, fica a Igreja de São João, construída no século 14 e importante exemplo do gótico em tijolos. Lá, Johann Sebastian Bach teve lições de órgão entre 1700 e 1702. A torre da igreja é uma das mais altas da Alemanha, com 108 metros.