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PolíticaLíbano

Líderes mundiais prometem milhões em ajuda ao Líbano

9 de agosto de 2020

Em conferência de doadores organizada pela França, diversas nações e instituições se comprometem a ajudar após megaexplosão que devastou Beirute. País vive novo dia de protestos, com renúncia de ministros.

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Beirute tem novo dia de protestos contra o governo, acusado de corrupção, incompetência e negligência
Beirute tem novo dia de protestos contra o governo, acusado de corrupção, incompetência e negligênciaFoto: Reuters/G. Tomasevic

Líderes mundiais se comprometeram neste domingo (09/08) a enviar milhões de euros em ajuda para o Líbano, após a megaexplosão que destruiu grande parte da capital, Beirute, no início da semana.

Uma conferência online de doadores organizada pelo governo da França juntamente com as Nações Unidas reuniu representantes de 36 países e organizações internacionais, incluindo os presidentes da França, Emmanuel Macron, dos Estados Unidos, Donald Trump, e o rei Abdullah 2º, da Jordânia.

Os doadores prometeram financiar a ajuda de emergência, com foco principal no apoio médico e aos hospitais, escolas, alimentação e habitação. Segundo a França, mais de 252 milhões de euros (1.6 bilhão de reais) foram arrecadados.

"Os participantes concordaram que a assistência deve ser coordenada sob a égide das Nações Unidas e fornecida diretamente à população libanesa, com o máximo de eficácia e transparência", afirma a declaração final da reunião que também contou com representantes da União Europeia (UE), Liga Árabe, Banco Mundial e Fundo Monetário Internacional.

Os participantes refirmaram a necessidade de uma "investigação imparcial, confiável e independente" sobre as circunstâncias da catástrofe que causou 158 mortos, mais de 6 mil feridos e até 300 mil desabrigados.

As autoridades libanesas têm atribuído a explosão a um incêndio em um depósito no porto onde se encontravam armazenadas cerca de 2.750 toneladas de nitrato de amônio, substância química perigosa, "sem medidas de precaução".

Além da ajuda de emergência, oferecida sem condições, os participantes se declararam preparados para apoiar a recuperação econômica e financeira do país, mas insistiram que as autoridades do Líbano devem se comprometer a realizar as reformas exigidas pela população.

O incidente no porto de Beirute acirrou as tensões no Líbano, onde desde 2019 vêm ocorrendo protestos frequentes contra os líderes do país, acusados de corrupção, incompetência e negligência, e que levaram às ruas milhares de pessoas.

No sábado, milhares marcharam pelo centro de Beirute e invadiram os ministérios do Exterior, da Energia e da Economia, sendo depois retirados pelo Exército. Segundo a Cruz Vermelha libanesa,130 ficaram feridos nos confrontos entre a polícia e os manifestantes, 28 foram hospitalizados. Um policial morreu. Os manifestantes responsabilizam as autoridades do país pela explosão que destruiu a região portuária da cidade na terça-feira.

A situação continuava tensa neste domingo, no segundo dia consecutivo de confrontos entre policiais e manifestantes, que tentavam se aproximar da sede do Parlamento. Centenas de pessoas com os rostos cobertos com as cores da bandeira libanesa atiravam pedras contra as barricadas erguidas pela polícia, que reagiu com bombas de gás lacrimogêneo.

Neste domingo, a ministra da Informação do Líbano, Manal Abdel Samad, renunciou ao cargo, na primeira baixa no governo libanês após a explosão. "Após o enorme desastre em Beirute, apresento a minha renúncia do governo",disse Abdel Samad. "Peço desculpas aos libaneses, porque não correspondemos às suas expectativas", acrescentou.

No mesmo dia, o ministro do Meio Ambiente, Demianos Kattar, também anunciou sua renúncia, segundo afirmou, em solidariedade às vítimas da explosão. Ele descreveu o sistema político libanês como "flácido e estéril", e disse que o governo teria desperdiçado diversas oportunidades para promover mudanças no país. 

Relatos na imprensa local afirmam que o primeiro ministro libanês, Hassan Diab, estaria tentando persuadir os demais membros do gabinete a permanecer no governo.

Neste sábado,em discurso televisionado,  Diab afirmou que  "apenas eleições antecipadas podem permitir uma saída da crise estrutural" e apelou "a todas as partes políticas que se entendam sobre a próxima etapa".

Ele assegurou estar "disposto a continuar a assumir responsabilidades durante dois meses até que cheguem a um acordo" e disse que vai submeter sua proposta ao Conselho de Ministros na segunda-feira.

RC/lusa/dpa

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