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Líderes internacionais condenam "revisão nuclear" dos EUA

4 de fevereiro de 2018

Alemanha reforça o coro de condenação às intenções de Trump de expandir o arsenal nuclear nacional. Antes, os anúncios de Washington haviam sido criticados pela China e Rússia. Irã aponta hipocrisia e violação do TNP.

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Ministro do Exterior da Alemanha, Sigmar Gabriel, apela para que Europa lidere iniciativa pelo desarmamento
Ministro do Exterior da Alemanha, Sigmar Gabriel, apela para que Europa lidere iniciativa pelo desarmamentoFoto: picture-alliance/dpa/M. Kappeler

O ministro alemão do Exterior, Sigmar Gabriel, uniu-se ao coro crítico contra a decisão recentemente anunciada pelos Estados Unidos de renovar e expandir seu arsenal nuclear. Segundo Gabriel, agora é hora de a Europa tomar a dianteira na iniciativa pelo desarmamento nuclear global.

"Como nos tempos da Guerra Fria, nós, na Europa, estamos especialmente ameaçados por uma nova corrida armamentista nuclear", declarou neste domingo (04/02). "Precisamente por isso, devemos lançar novas iniciativas para controle de armas e desarmamento."

O comentário do chefe da diplomacia da Alemanha veio em reação à assim chamada Revisão da Postura Nuclear, divulgada na sexta-feira, em que a administração Donald Trump delineia sua nova estratégia militar e nuclear. Além disso, o Pentágono classificou Rússia e China como as principais ameaças aos EUA.

Gabriel admitiu que a anexação da península ucraniana da Crimeia pelo governo de Vladimir Putin provocou uma "dramática perda de confiança na Rússia", tanto nos EUA quanto na Europa. "Os sinais de que a Rússia está se rearmando, não só convencionalmente, mas com armas nucleares, são óbvios."

No entanto, ao invés de desenvolver novas armas, Berlim se empenhará "junto a seus aliados e parceiros" pela continuação do desarmamento global e para que "os tratados de controle de armas existentes sejam mantidos incondicionalmente", prometeu.

Pressão internacional contra Trump

Os comentários do social-democrata Sigmar Gabriel vieram na esteira de uma série de críticas por diversos países, inclusive aqueles mencionados especificamente no relatório do Pentágono.

Segundo chanceler iraniano, Donald Trump (foto) estaria violando Tratado de Não Proliferação de 1970
Segundo chanceler iraniano, Donald Trump (foto) estaria violando Tratado de Não Proliferação de 1970Foto: Getty Images/W. McNamee

O Ministério da Defesa da China declarou-se "em firme oposição" à estratégia nuclear proposta pela administração Trump, descartando-a como baseada em pura especulação quanto às prioridades militares de Pequim.

"Esperamos que os EUA abandonem sua mentalidade de Guerra Fria, assumam responsabilidade pelo desarmamento nuclear e avaliem de forma justa os desdobramentos da China em assuntos de defesa e militares", instou o órgão.

O presidente do Irã, Hassan Rouhani, igualmente condenou neste domingo as estratégias propostas pelo Pentágono, acusando Trump de hipocrisia ao se opor ao programa nuclear iraniano. "Como alguém pode falar de paz mundial, quando ao mesmo tempo fala de novas armas nucleares e ameaça seus principais inimigos?", comentou.

Na véspera, o ministro do Exterior do país, Mohammad Javad Zarif, advertira no Twitter que a política nuclear de Washington colocaria a humanidade "mais próxima da aniquilação", acrescentando que ela viola o Tratado de Não Proliferação de Armas Nucleares (TNP), assinado em 1970 por quase todos os países, inclusive os EUA.

Declarando-se "profundamente decepcionado", o governo da Rússia igualmente criticou no sábado a proposta americana, por seu caráter "belicoso e antirrusso", assegurando que responderá à altura para garantir a própria segurança.

AV/afp,rtr,dpa

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