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Líder pró-Brexit pede acordo de livre comércio sem tarifas

28 de junho de 2016

No Parlamento Europeu, Nigel Farage afirma que consequências da falta de acordo seriam piores para a União Europeia do que para o Reino Unido e prevê que mais países deixarão o bloco.

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Nigel Farage e Jean-Claude Juncker no Parlamento Europeu, em Bruxelas
Nigel Farage e Jean-Claude Juncker no Parlamento Europeu, em BruxelasFoto: picture-alliance/dpa/G.Vanden Wijngaert

O líder do Partido Independente do Reino Unido (Ukip), Nigel Farage, afirmou nesta terça-feira (28/06) que é preciso encontrar uma abordagem "madura e sensata" na negociação sobre a nova relação entre o Reino Unido e a União Europeia (UE), baseada num acesso isento de tarifas ao mercado único do bloco.

Um dos defensores do Brexit, Farage foi alvo de vaias durante uma sessão especial do Parlamento Europeu, em Bruxelas, ao defender que a União Europeia deve fazer uma boa oferta comercial ao Reino Unido. Segundo ele, empregos na indústria automobilística alemã estarão em risco se não houver um acordo com o Reino Unido.

Ele apoiou a aceleração das negociações para a saída, mas acrescentou que as consequências da falta de um acordo seriam piores para a Europa do que para o seu país. "Até mesmo nenhum acordo é melhor do que o acordo podre que nós tínhamos", declarou.

Farage argumentou no plenário que o Reino Unido será o "melhor amigo" da UE e vai cooperar com o bloco.

Ele disse que os britânicos ofereceram "um farol de esperança" para a Europa com o referendo sobre o Brexit, acrescentando que o Reino Unido não será o último a sair da União Europeia. "Vocês impuseram uma união política e, quando as pessoas disseram não na Holanda e na França em 2005, simplesmente as ignoraram", repreendeu o político.

Farage ainda debochou dos colegas parlamentares. "Não é engraçado? Quando eu cheguei aqui, 17 anos atrás, e disse que eu queria liderar uma campanha para tirar o Reino Unido da UE, vocês riram de mim. Mas vocês não estão rindo agora, né?", ironizou. Ele acusou seus colegas parlamentares de estarem desconectados com a realidade. "Sei que muitos de vocês nunca tiveram um emprego."

Na mesma sessão, Farage foi acusado pelo presidente da Comissão Europeia, Jean-Claude Juncker, de ter deliberadamente mentido à população britânica ao afirmar que seu governo paga 350 milhões de euros por semana à UE. "Você mentiu. Não disse a verdade", disse Juncker.

No início da sessão, Juncker disse que a vontade do povo britânico deve ser respeitada, o que levou Farage a interrompê-lo com aplausos. Em resposta, Juncker afirmou: "Esta é a última vez que você está aplaudindo aqui. E, na verdade, estou realmente surpreso de que você esteja aqui. Você está lutando pela saída. O povo britânico votou a favor da saída. Por que você está aqui?".

TAM/afp/dpa/rtr

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