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Líder norte-coreano ordena impulso em programa de mísseis

23 de agosto de 2017

Agência estatal divulga ordem de Kim Jong-un sobre produção de motores e ogivas e fotografias de supostos projetos de novos foguetes. Ao mesmo tempo, EUA e China apontam "sinais de apaziguamento" em tensões.

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Kim Jong-un durante parada militar, em abril de 2017
Kim Jong-un durante parada militar, em abrilFoto: Reuters/KCNA

O líder norte-coreano Kim Jong-un ordenou durante uma visita a um instituto científico militar a produção de mais motores de foguetes de combustível sólido e ogivas de mísseis, revelou nesta quarta-feira (23/08) a agência estatal de notícias KCNA. 

A KCNA divulgou também fotografias que parecem mostrar os projetos de um ou possivelmente dois novos mísseis balísticos. Diagramas conceituais dos mísseis foram vistos pendurados na parede da fábrica visitada pelo líder norte-coreano.

Kim deu as instruções relacionadas ao programa de mísseis no Instituto de Materiais Químicos da Academia de Ciência Militar, de acordo com o meio oficial norte-coreano, que não detalhou quando aconteceu a visita. Este instituto fabrica as ogivas dos mísseis balísticos intercontinentais e desenvolve materiais de compostos de carvão para os motores dos foguetes.

Desta vez, a publicação da agência KCNA não possuía as tradicionais ameaças contra os Estados Unidos, depois de semanas de atrito acentuado. O presidente americano, Donald Trump, expressou otimismo sobre uma possível melhora nas relações.

"Respeito o fato de ele [Kim Jong-un] estar começando a nos respeitar", disse Trump durante um ato político em Phoenix, no estado do Arizona, na terça-feira. "Talvez – provavelmente não, mas talvez – algo positivo possa sair disso", acrescentou.

"Sinais de apaziguamento"

As palavras de Trump coincidiram com as de seu secretário de Estado, Rex Tillerson, que também louvou a "contenção" mostrada nos últimos dias pela Coreia do Norte. O chefe da diplomacia americana acredita que este seja o início de uma mudança de atitude que talvez, "com o tempo, possa levar a um diálogo".

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O governo da China disse que estão surgindo "sinais de apaziguamento" na crise em torno do programa nuclear norte-coreano. "A situação extremamente tensa apresenta sinais de apaziguamento, embora continue complicada e sensível", disse Hua Chunying, porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da China.

Por outro lado advertiu que as novas sanções americanas contra organizações e indivíduos russos e chineses "não vão ajudar a encontrar uma solução" e não facilitam a cooperação da China nessa questão. Na terça-feira, Washington anunciou sanções contra dez organizações e seis indivíduos chineses e russos por considerar que contribuem para o desenvolvimento do programa nuclear da Coreia do Norte.

Retórica e exercício militar

Desafiando resoluções do Conselho de Segurança da ONU, a Coreia do Norte efetuou o lançamento de dois mísseis intercontinentais capazes de atingir o território dos EUA e uma série de testes de mísseis de menor porte desde o início do ano, o que aumentou significativamente a tensão na península coreana e entre Washington e Pyongyang.

Emissora sul-coreana mostra a distância entre Coreia do Norte e ilha de Guam, território administrado pelos EUA
Emissora sul-coreana mostra a distância entre Coreia do Norte e ilha de Guam, território administrado pelos EUAFoto: Getty Images/AFP/J. Yeon-Je

Os Estados Unidos e a Coreia do Norte protagonizaram este mês uma das piores escaladas retóricas dos últimos anos, que começou quando Pyongyang ameaçou atacar o território americano em resposta às sanções da ONU por seus lançamentos recentes de mísseis balísticos intercontinentais.

Trump respondeu a essa ameaça com um tom beligerante, o que não é comum, e levou o regime norte-coreano a ameaçar realizar um ataque contra a ilha de Guam, um território administrado pelos EUA no Pacífico Ocidental.

A tensão verbal diminuiu nas últimas semanas, mas ainda pode ser reativada com os exercícios militares conjuntos de EUA e Coreia do Sul, que começaram esta semana e mobilizam cerca de 67.500 soldados na península coreana.

PV/efe/ap/rtr