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Líder do Pegida renuncia após foto como Hitler

21 de janeiro de 2015

Lutz Bachmann se afasta do movimento "anti-islamização" após selfie postada no Facebook, em que usa o mesmo bigode do antigo líder nazista, causar furor na imprensa alemã. Ele alega ter sido apenas "uma piada".

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Lutz Bachmann (esq.) e cofundadora do Pegida, Kathirn Oertel, em coletiva de imprensa na terça-feiraFoto: AFP/Getty Images/R. Michael

Após sofrer críticas devido a uma foto em que usa um bigode e um penteado semelhantes aos de Adolf Hitler, o fundador do Pegida (sigla em alemão para "Europeus patriotas contra a islamização do Ocidente"), Lutz Bachmann, renunciou a sua posição no movimento.

"Sim, posso confirmar que Lutz Bachmann ofereceu a sua renúncia e ela foi aceita", disse a cofundadora do Pegida, Kathrin Oertel, acrescentando que o movimento vai continuar.

A foto de Lutz Bachmann, publicada no Facebook, foi defendida por ele como "uma piada", de acordo com o jornal Bild.

"Eu tirei a foto no cabeleireiro, por ocasião do lançamento do livro Ele está de volta", disse. No bestseller de Timur Vermes, lançado em 2012, Hitler retorna a Berlim nos dias de hoje. "De tempos em tempos é preciso tirar sarro de si mesmo", afirma.

A foto, que ganhou destaque na mídia alemã nesta quarta-feira, foi postada pelo próprio Bachmann em outubro passado, quando as manifestações do Pegida tiveram início e bem antes do fundador de o movimento se tornar publicamente conhecido.

Lutz Bachmann als Hitler
Jornais alemães dão destaque à foto de Lutz Bachmann postada no FacebookFoto: picture-alliance/dpa/M. Brandt

Além da selfie de Bachmann, comentários feitos no nome do líder no Facebook também causaram alvoroço. Em setembro do ano passado, ele teria ofendido refugiados e requerentes de asilo na rede social. Bachmann nega ter postado os comentários.

Membros do Pegida – que afirmam que o movimento não é racista, mas preocupado com a influência do islã na Alemanha – também reconhecem que Bachmann pode ter ido longe demais com a foto.

Opositores do Pegida afirmam que a foto de seu líder mostra a verdadeira face do movimento, que consideram racista. "Qualquer um envolvido na política que se vista como Hitler ou é um idiota ou é nazista", disse o vice-chanceler federal Sigmar Gabriel.

Bachmann está sob proteção policial depois de ter recebido ameaças de morte, supostamente de radicais islâmicos. As ameaças foram feitas antes da foto que remete a Hitler vir à tona e fizeram com que as manifestações do Pegida e contra o movimento fossem canceladas em Dresden na segunda-feira.

PV/afp/dpa