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Made in Brazil

27 de agosto de 2010

Quatro vinhos produzidos no Brasil acabam de ocupar as prateleiras de uma das mais tradicionais lojas de departamentos da Alemanha. Rótulos das vinícolas Miolo e Aurora estão entre os 380 mil produtos vendidos no local.

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70% do vinho brasileiro é exportado para a EuropaFoto: picture alliance / dpa

A partir de agora, a oferta de 380 mil produtos oferecidos ao consumidor nas prateleiras da KaDeWe (Kaufhaus des Westens), em Berlim, também inclui quatro vinhos brasileiros: Reserva Cabernet Sauvignon, da Vinícola Aurora; e Lote 43, Tannat e Pinot Noir, da Miolo.

Wein
Alemanha se mostra aberta a novos rótulosFoto: AP

Para a gerente de promoção comercial do Wines From Brazil (WFB), Andreia Gentilini Milan, acaba de ser atingido mais um objetivo do setor vitivinícola brasileiro, que – nos últimos três anos – destinou à Alemanha 18% das suas exportações.

Ela afirma que a entrada do produto em uma renomada loja de departamentos como a KaDeWe, de Berlim, é uma conquista que o setor já vinha buscando. "Hoje são exportados vinhos finos, ou seja, o que o Brasil produz de melhor, e a aceitação está sendo ótima. A Alemanha, por exemplo, é um grande produtor de vinho e mesmo assim reconhece a bebida brasileira. As pessoas têm o hábito de consumir o vinho, mas também estão abertas a provar novos rótulos de origens diferentes."

Segundo a gerente, o consumidor alemão aprecia o sabor "fresco, leve e elegante" do produto brasileiro.

Oportunidades para o setor

Das 100 vinícolas brasileiras que produzem vinhos finos, 40 fazem parte do projeto WFB. A parceria entre o Instituto Brasileiro do Vinho (Ibravin) e a Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex-Brasil) visa a impulsionar a exportação do vinho brasileiro a partir da análise de mercados internacionais promissores.

Flash-Galerie Berlin KaDeWe
380 mil produtos à venda na centenária KaDeWeFoto: picture-alliance / dpa

A Europa é o destino de 70% da exportação dos vinhos finos brasileiros, inclusive espumantes. Ao lado da Inglaterra, Holanda, Suíça e Polônia, a Alemanha é um dos oito países, sendo cinco europeus, considerados mercados-alvo para a comercialização desse vinho.

Segundo dados da Associação Alemã dos Produtores de Vinho e de um estudo do WFB, o país produz pouco mais de 8 milhões de hectolitros (hl) da bebida por ano, enquanto o consumo da população chega a 22 milhões. Ou seja, o país têm que importar quase 14 milhões hl de vinho para suprir sua demanda anual. O vinho é a segunda bebida alcoólica preferida dos alemães, perdendo apenas para a cerveja.

Parcela garantida de mercado

Wein Weißwein Trauben
Europeus apreciam sabor leve e elegante do vinho brasileiroFoto: picture alliance / dpa

Entre julho de 2009 e junho de 2010, a Alemanha importou do Brasil 995 hl de vinho, ou seja, 9,2% menos que no mesmo período entre 2008 e 2009. Milan reforça que essa também foi uma época de crise para o setor no Brasil, que costuma exportar 2% de sua produção total de vinhos e 10% de vinhos finos.

Por outro lado, 80% dos vinhos consumidos pelo brasileiro vêm de fora. Para Milan, isso não representa uma desvalorização, mas simplesmente significa que "as pessoas estão abertas a novidades".

Os espumantes também têm tido uma boa aceitação no mercado estrangeiro. Os alemães, por exemplo, consomem 4 litros per capita da bebida por ano. Isso representa mais do dobro do total de vinho per capita consumido no Brasil, que não chega aos 2%.

Autora: Renata Colombo
Revisão: Simone Lopes