1. Pular para o conteúdo
  2. Pular para o menu principal
  3. Ver mais sites da DW

Chanuca

11 de dezembro de 2009

Judeus de todo o mundo iniciam celebração da Chanuca, a festa das luzes. Tentativa de criar um equivalente judaico para o Natal deu à Chanuca um significado maior do que tinha no passado.

https://p.dw.com/p/L0ex
Candelabro de nove braços em frente ao Portão de BrandemburgoFoto: dpa

Neste ano, a maior chanukiá da Alemanha – candelabro de nove braços que se acende na festa judaica de Chanuca – será colocada mais uma vez em frente ao Portão de Brandemburgo, em comemoração ao início da festa judaica também conhecida como Festa das Luzes, nesta sexta-feira (11/12).

Segundo o Centro de Formação Judaica da organização filantrópica Chabad Lubawitsch de Berlim, a chanukiá da capital alemã tem seis metros de altura. Candelabros semelhantes também foram colocados em frente à Casa Branca e na Praça Vermelha em Moscou.

Em muitas religiões, há festividades contra as trevas. No judaísmo não é diferente. A partir desta sexta-feira, judeus de todo o mundo iniciam a celebração da Chanuca, que apesar de não ser uma das mais importantes, é uma de suas mais belas festas.

Sonhos e panquecas

Judith Landshut
Judith Landshut vem da EslovêniaFoto: Matthias Lemme/DW

Para Judith Landshut, membro da comunidade judaica de Hamburgo, a participação da família é muito importante na celebração da Chanuca. Landshut vem da Eslovênia. Durante sua infância no antigo país do bloco soviético, era muito difícil para os judeus comemorar abertamente suas tradições. Ela disse estar muito agradecida de poder festejar a Chanuca com seus três filhos, que há muito mudaram para o exterior, mas voltam para casa na ocasião – um até mesmo de Israel.

"Para a festa, faço Berliner [sonho recheado], um doce que se chama punschke em iídiche. Sempre acerto na receita. Também fazemos panquecas de batata. Comemos esses pratos, porque eles são preparados no óleo. É uma forma de lembrar do milagre do óleo."

Emblema de Israel

O milagre relacionado ao óleo remonta a 2.170 anos atrás, uma ocasião descrita nos livros de história como a Revolta dos Macabeus. No ano 164 a.C., um grupo de judeus libertou Jerusalém do jugo grego, protegendo o Templo Sagrado de cultos alheios.

Devido ao período de dominação, restou no Templo somente um jarro de óleo puro de oliva para acender a menorá, o candelabro judaico de sete braços. Normalmente, essa quantidade só é suficiente para mantê-la acesa por um dia. O jarro, no entanto, foi suficiente para manter suas chamas acesas durante os oito dias necessários à preparação do novo óleo.

A menorá, originariamente feita de ouro e repleta de óleo de oliva, era mantida permanentemente acesa no Templo de Jerusalém. Hoje é o emblema do Estado de Israel.

Equivalente do Natal

A Chanuca é uma festa caseira, embora o acendimento da primeira luz (vela) seja celebrado naturalmente na sinagoga. No segundo dia se acendem duas velas e assim sucessivamente, até que se completem as oito velas.

Entre as tradições da Chanuca está o jogo do pião (dreidl ou sevivon, em iídiche), onde estão escritas – em hebraico – as primeiras letras da frase "Aconteceu um grande milagre". As crianças jogam o pião e, conforme a letra que se revelar, podem ganhar dinheiro, explicou Landshut.

No entanto, a Chanuca não é relatada na Torá, as escrituras religiosas judaicas. Por esse motivo, ela é uma festa de menor significado. Então por que a Chanuca ganhou tanta importância nos últimos tempos?

Symbolbild Weihnachten und Chanukka
Símbolos judaicos numa árvore de Natal em BerlimFoto: picture-alliance/dpa

Segundo o site da Comunidade Shalom, no hemisfério norte, a Chanuca tem sido influenciada pela celebração do Natal. Enquanto a tradição de dar "dinheiro de chanuca" é antiga, a proximidade do Natal fez com que a troca de presentes se tornasse uma parte intrínseca da festa.

A comunidade judaica explica que a tentativa de criar um equivalente judaico para o Natal deu à Chanuca um significado maior do que tinha no passado.

Autor: Mathias Lemme / Carlos Albuquerque

Revisão: Simone Lopes