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Judeu é atacado e insultado por três homens em Berlim

22 de maio de 2021

Vítima usava kipá quando levou soco no rosto. Cidades alemãs registraram incidentes antissemitas durante conflito entre Israel e Hamas.

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Homem usando kipa
Número de incidentes de discurso ódio antissemita cresceu 15,7% na Alemanha em 2020, comparado ao ano anteriorFoto: Jean MW/Geisler-Fotopress/picture alliance

Um homem judeu de 41 anos foi insultado e golpeado por três homens em Berlim na noite de sexta-feira (21/05), segundo a polícia informou neste sábado.

A vítima, que estava usando um kipá, levou um soco no rosto e foi alvo de xingamentos antissemitas.

Devido ao ataque, o homem atravessou a vitrine de vidro de uma loja, no bairro de Schöneberg. Ele comunicou o caso à polícia e foi levado a um hospital, onde recebeu curativos.

Os três agressores fugiram do local e suas identidades são desconhecidas.

Conflito entre Israel e Hamas

Nas últimas duas semanas, ocorreram protestos em várias cidades da Alemanha relacionados ao conflito entre Israel e o grupo islâmico radical Hamas, que controla a Faixa de Gaza.

Um cessar-fogo entre Israel e o Hamas entrou em vigor na sexta-feira, e atos ocorreram neste sábado em Berlim e Frankfurt. Na capital alemã, cerca de 500 pessoas marcharam defendendo a criação de um Estado palestino e contra ataques a sinagogas e mesquitas. Em Frankfurt, cerca de 950 pessoas se reuniram no centro da cidade e pediram "o fim imediato da anexação por Israel e da violência".

A maioria dos protestos ocorridos nos últimos dias foi pacífico, mas bandeiras de Israel foram incineradas em Bonn, Dusseldorf e Munster, no estado da Renânia do Norte-Vestfália. Na cidade de Gelsenkirchen, no mesmo estado, 180 pessoas marcharam da estação de trem até uma sinagoga, gritando slogans antissemitas. Em algumas cidades, sinagogas foram depredadas ou ameaçadas.

Repúdio ao antissemitismo

Felix Klein, comissário do governo alemão para combate ao antissemitismo, disse à DW no dia 14: "Foi terrível ver o ódio expresso aos judeus alemães e às sinagogas nos últimos dias. (...) Torná-los responsáveis pelos atos do governo israelense não é aceitável de forma alguma."

No mesmo dia, o presidente alemão Frank-Walter Steinmeier disse ao tabloide Bild: "Quem queima bandeiras da Estrela de David ou grita slogans antissemitas em nossas ruas não está apenas abusando do direito de manifestação, mas também cometendo um crime. (...) Não queremos, nem vamos tolerar o ódio aos judeus".

O ministro do Interior da Alemanha, Horst Seehofer, prometeu no dia 16 tolerância zero contra o antissemitismo e afirmou que "qualquer pessoa que espalhar ódio antissemita enfrentará toda a força da lei”.

O chefe do Conselho Central para Muçulmanos na Alemanha, Aiman Mazyek, também criticou fortemente os protestos antissemitas em frente às sinagogas. "Condeno decisivamente tais cenas repugnantes", disse ele ao jornal Rheinische Post no sábado passado. "Quem reclama de racismo e ao mesmo tempo espalha tal ódio antissemita, perdeu tudo. Aqueles que supostamente querem criticar Israel, mas depois atacam sinagogas e judeus, atacam a todos nós", afirmou.

Incidentes contra judeus em alta

Mesmo antes do recente agravamento da violência entre israelenses e palestinos, já havia preocupação sobre o crescente número de incidentes antissemitas na Alemanha, a maior parte deles motivados por movimentos de extrema direita.

Os crimes de motivação política cresceram 8,5% na Alemanha em 2020 em comparação com o ano anterior, e aqueles cometidos pela extrema direita bateram recorde.

O discurso de ódio antissemita também teve um aumento, com um crescimento de 15,7% nos incidentes, muitos dos quais realizados online.

"O ódio antissemita é um componente central da ideologia extremista de direita. Isso na Alemanha não é apenas preocupante, mas, no contexto de nossa história, profundamente vergonhoso", disse Seehofer no início de maio, antes do conflito entre o Hamas e Israel.

bl (dpa, ots)