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Jovens dão novo gás à Seleção Alemã

mw16 de junho de 2004

No dia em que o veterano goleiro e capitão Oliver Kahn completou 35 anos, quatro inexperientes mostraram que a Seleção Alemã não tem por que temer por seu futuro.

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Em uma só temporada, Lahm virou profissional e titular da seleçãoFoto: dpa

Antes da partida contra a Holanda, no Porto, na noite de terça-feira, muito se falou que o jogo celebraria o 35º aniversário do goleiro e capitão Oliver Kahn. Sem desprezar os méritos do mais velho e experiente titular da Seleção Alemã no confronto, os elogios no dia seguinte à boa apresentação do selecionado no empate de 1 a 1 concentraram-se no quarteto de menores de 25 anos.

Sem nunca terem participado de uma competição internacional pela seleção, os laterais Phillip Lahm, 20 anos, e Arne Friedrich, 24, o meio-campista Bastian Schweinsteiger, 19, e o atacante Kevin Kuranyi, 22, não se intimidaram na estréia na Eurocopa com clima de decisão.

"Foi sensacional o desempenho dos jogadores mais novos. Estou mais que satisfeito. Ótimo que eles tenham desenvolvido iniciativa própria", declarou o treinador Rudi Völler, que considerou suas exibições dignas de veteranos.

Sangue novo

O mais novo de todos arrancou elogios até do maior ídolo do futebol holandês, Johann Cruyff. O próprio Schweinsteiger, porém, não ficou satisfeito com si mesmo. "Só se fica satisfeito quando se marca um gol. Ainda tenho que melhorar", disse o meio-campista, que também ainda é reserva no Bayern de Munique.

O loiro entrou na metade do segundo tempo e ousou dribles que desconcertaram seus combatentes. Foi uma espécie de arma secreta, com que os holandeses não contavam no momento em que subiam de produção. Ao colocá-lo, Völler restaurou a velocidade e a periculosidade dos contra-ataques alemães.

BildgalerieEuro2004 Deutsche Fußball-Nationalmannschaft Mittelfeldspieler Bastian Schweinsteiger
Bastaram 25 minutos em campo para Bastian Schweinsteiger ser elogiado por Johann CruyffFoto: dpa

Já Friedrich e Lahm foram praticamente perfeitos na marcação e ainda subiram com freqüência ao ataque, especialmente o lateral esquerdo. A revelação do Stuttgart teve incrível facilidade em avançar e penetrar pela intermediária holandesa, podendo inclusive arriscar chutes diretos. "Na defesa, fui okay, mas na parte ofensiva ainda tenho de melhorar", resume Lahm.

Único atacante escalado, Kuranyi não se acomodou com seu isolamento. Até porque os apoiadores chegaram junto. E ele ajudou a defesa, recuando às vezes até a própria área. Além de fôlego, o teuto-carioca mostrou garra. Não havia bola perdida. "Incrível como ele ganhou muitas disputas e manteve a bola sob seu controle", elogia Völler.

Renovação rumo a 2006

"Nosso trabalho de renovação está dando certo, também com vistas à Copa do Mundo de 2006", avalia o auxiliar técnico Michael Skibbe. O próprio Völler admite que, entretanto, este rejuvenescimento está sendo mais rápido do que o planejado. A razão: após a geração campeã européia de 1996, houve um vácuo no surgimento de novos talentos, só agora suprida pelos egressos da seleção sub-23.

Dos 23 jogadores da delegação alemã em Portugal, oito têm no máximo 25 anos. Somente cinco participaram do desastre na Eurocopa 2000 e menos da metade (11) integrou o escrete vice-campeão do mundo em 2002.

Aos 44 anos, o ex-atacante campeão mundial Völler sabe que, por outro lado, não pode preterir os experientes. Em Portugal, ele conta com oito veteranos, com mais de 30 anos. O mais antigo na seleção é o zagueiro Wörns, que disputou aos 20 anos a Eurocopa de 1992.

Todos, claro, sonham em ainda agüentar a barra até a Copa do Mundo de 2006 na própria Alemanha. Provavelmente, alguns ficarão pelo caminho, perdendo o pique para os mais novos. Mas, a começar pelo goleiro Oliver Kahn, desde que se mantenha em forma, é certo que alguns terão seu lugar garantido no plantel do próximo mundial.

Afinal, como Völler justificou a necessidade de se equilibrar juventude e experiência, "existe um troféu para a seleção que vencer o torneio e não para a seleção mais jovem".