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Jornalista brasileiro é morto por pistoleiros no Paraguai

14 de fevereiro de 2020

Léo Veras é executado quando jantava com a família em cidade na fronteira com o Brasil. Ele recebia ameaças por reportagens sobre tráfico na região, segundo investigadores. Entidades de jornalistas exigem apuração.

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Pessoas se posicionam para carregar um caixão
Funeral de Léo Veras: jornalista recebia ameaças de morte por reportagens sobre tráfico de drogas na fronteiraFoto: picture-alliance/AP Photo/M. Candia

O jornalista brasileiro Lourenço "Léo" Veras, de 52 anos, foi executado por pistoleiros na noite desta quarta-feira (12/02) na cidade paraguaia de Pedro Juan Caballero, que faz fronteira com a cidade sul-mato-grossense de Ponta Porã.

O crime foi divulgado nesta quinta-feira pelo procurador paraguaio Marco Amarilla, responsável pelo caso. Ele também disse que o assassinato ocorreu por volta das 21h, quando o repórter estava jantando no quintal de casa com sua mulher, sogro e filho pequeno.

Dois pistoleiros encapuzados invadiram o terreno da casa pelo portão, que estava aberto, após chegarem numa caminhonete branca. O jornalista tentou fugir, correndo para o pátio dos fundos do terreno, mas foi atingido com 11 tiros nas costas e um na cabeça.

Conforme informações da polícia paraguaia, os 12 disparos foram de pistola 9 milímetros. A vítima chegou a ser socorrida e levada a um hospital, mas não resistiu. O enterro foi nesta quinta-feira, em Ponta Porã.

Segundo investigadores, Léo Veras vinha recebendo ameaças de morte pelo seu trabalho de investigação sobre tráfico de drogas na fronteira. Amarilla afirmou ao portal G1 que o profissional de imprensa sabia que queriam matá-lo.

Ele morava há 15 anos no Paraguai, onde trabalhava para vários veículos digitais e administrava o site Porã News, de notícias locais.

A Sociedade Interamericana de Imprensa (SIP) condenou o crime, através de comunicado, e pediu às autoridades de Paraguai e Brasil para que trabalhem "de forma coordenada, exaustiva e urgente para conhecer a verdade, julgar e condenar os assassinos".

O Sindicato dos Jornalistas do Paraguai exigiu que as autoridades "garantam a vida e a segurança dos colegas na região, além de esclarecer esse crime terrível e julgar devidamente os culpados, evitando que a impunidade se instale".

O Sindicato dos Jornalistas Profissionais de Mato Grosso do Sul (Sindjor-MS) também divulgou um texto lamentando a execução do jornalista.

A Associação Brasileira de Emissoras de Rádio e Televisão (Abert), a Associação Nacional de Editores e Revistas (Aner) e a Associação Nacional de Jornais (ANJ) emitiram uma nota conjunta lamentando o assassinato de Veras e pedindo apuração rápida do caso pelas autoridades dos dois países.

MD/lusa/afp

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