O governo da Jordânia acusou o ex-príncipe herdeiro Hamza bin Hussein, meio-irmão do rei Abdullah, de atuar num complô para "desestabilizar" o país. Vários suspeitos foram detidos, e o ex-príncipe teria sido colocado em prisão domiciliar, segundo ele mesmo denunciou.
O vice-primeiro-ministro da Jordânia, Ayman Safadi, afirmou neste domingo (04/04) que Hamza, que perdeu seu título de príncipe herdeiro em 2004, e aliados trabalharam com atores estrangeiros numa "conspiração maliciosa" para "minar a segurança nacional".
Safadi, que é também ministro das Relações Exteriores do país, disse que entre 14 e 16 pessoas estão presas em ligação com o complô, além de duas pessoas próximas ao rei: Bassem Awadallah, ex-ministro e ex-assessor de Abdullah, e Hassan bin Zaid, membro da família real.
O grupo estaria sendo investigado já há algum tempo, afirmou Safadi. "As investigações monitoraram interferências e comunicações com partes estrangeiras sobre o momento certo para começar a agir para desestabilizar a segurança da Jordânia", declarou, sem dar muitos detalhes sobre qual seria o plano.
Segundo o ministro, as comunicações interceptadas incluem, por exemplo, conversas entre uma agência de inteligência de outro país e a esposa de Hamza para organizar um avião no qual o casal deixaria a Jordânia. Ele não especificou quais países estariam envolvidos.
"As investigações iniciais mostraram que essas atividades e movimentos atingiram um estágio que afetou diretamente a segurança e a estabilidade do país, mas sua majestade [rei Abdullah] decidiu que era melhor falar diretamente com o príncipe Hamza, para lidar com isso dentro da família."
Questionado se o ex-príncipe poderia ser levado à Justiça, Safadi insistiu que por enquanto houve apenas tentativas "amigáveis" de lidar com ele, mas acrescentou que "a estabilidade e segurança do reino transcende" qualquer coisa. Ele negou que Hamza esteja preso.
Prisão domiciliar
A declaração do governo vem um dia depois de Hamza, de 41 anos, ter enviado uma mensagem em vídeo à emissora britânica BBC dizendo que foi colocado em prisão domiciliar. Ele também acusa o governo jordano de nepotismo e corrupção, num raro confronto público entre os principais membros da família que há muito tempo governa o país.
No vídeo, o ex-príncipe afirma que vários de seus amigos foram presos, que seu aparato de segurança foi removido e sua internet e linhas telefônicas, cortadas.
Ele negou fazer parte de "qualquer conspiração ou organização nefasta", mas atacou o "sistema de governo" do país, onde, segundo ele, ninguém pode criticar as autoridades e que está "obstruído pela corrupção, pelo nepotismo e pelo desgoverno".
A mãe de Hamza, a rainha Noor, viúva do rei Hussein da Jordânia, também defendeu o filho. "Estou rezando para que a verdade e a justiça prevaleçam para todas as vítimas inocentes dessa calúnia perversa", escreveu ela no Twitter. "Deus os abençoe e os mantenha seguros."
Reação internacional
Governos vizinhos e aliados da Jordânia, considerada um dos países mais estáveis do Oriente Médio e um importante aliado dos Estados Unidos, foram rápidos em manifestar solidariedade ao rei Abdullah.
Seguindo a mesma linha de outros líderes internacionais, o secretário-geral da Liga Árabe, Ahmed Abulgueit, expressou sua "total solidariedade com as medidas tomadas pelas autoridades jordanas para manter a segurança do reino e preservar a estabilidade", segundo nota.
O porta-voz do Departamento de Estado dos EUA, Ned Price, disse que Washington está "acompanhando de perto" os eventos no país aliado. "O rei Abdullah é um parceiro-chave dos Estados Unidos e tem nosso total apoio", afirmou o americano.
Hamza é o filho mais velho do rei Hussein com sua quarta e última esposa, a rainha Noor, nascida nos Estados Unidos. Abdullah, por sua vez, é o filho homem mais velho de Hussein, fruto de seu segundo casamento, com a britânica Antoinette Avril Gardiner.
Abdullah, hoje com 59 anos, assumiu o reinado após a morte do pai, em 1999, e nomeou Hamza príncipe herdeiro, em linha com os desejos de Hussein. Em 2004, contudo, acabou retirando o título do irmão e dando a seu filho mais velho, também chamado Hussein.
ek (AFP, AP, Reuters, Efe, Lusa)
-
O mês de abril em imagens
Alemanha homenageia mortos pela covid-19
A Alemanha fez uma homenagem aos quase 80 mil mortos no país em decorrência da covid-19, em uma cerimônia nacional para expressar solidariedade aos parentes das vítimas da pandemia. A chanceler federal Angela Merkel participou de uma missa na Igreja Memorial Kaiser Wilhelm 2°, um edifício histórico em Berlim parcialmente destruído durante a Segunda Guerra que simboliza paz e reconciliação. (18/04)
-
O mês de abril em imagens
Família real se despede do príncipe Philip
A família real britânica se reuniu para se despedir de príncipe Philip, que morreu em 09/04 aos 99 anos. A cerimônia aconteceu em Windsor, na Inglaterra. A pandemia de coronavírus obrigou que o funeral tivesse o número de participantes restrito: apenas 30 parentes mais próximos do marido da rainha Elizabeth 2ª puderam participar, seguindo regras de distanciamento e usando máscaras. (17/04)
-
O mês de abril em imagens
Merkel recebe primeira dose da vacina
Uma foto do cartão de vacinação, algumas breves linhas num comunicado e só. Ao contrário de muitos outros líderes mundiais, a chanceler federal alemã, Angela Merkel, não fez muito alarde sobre o fato de ter sido vacinada contra a covid-19. A líder de 66 anos recebeu a primeira dose do imunizante da AstraZeneca numa base das Forças Armadas alemãs no bairro de Berlim-Wedding. (16/04)
-
O mês de abril em imagens
STF mantém anulação das condenações de Lula
O plenário do Supremo Tribunal Federal (STF) confirmou, por 8 votos a 3, a decisão do ministro Edson Fachin que anulou, em março, todas as condenações do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva no âmbito da Operação Lava Jato em Curitiba. Ao derrubar as sentenças, a decisão retira o ex-presidente do alcance da Lei da Ficha Limpa, devolvendo assim seu direito de disputar eleições. (15/04)
-
O mês de abril em imagens
Biden confirma retirada de tropas do Afeganistão
O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, confirmou que o país dará início à retirada de todas as suas tropas do Afeganistão em 1º de maio, após duas décadas. "Está na hora de encerrar a mais longa guerra americana", disse ele em pronunciamento na Casa Branca. Biden determinou o dia 11 de setembro de 2021 como prazo final para a partida de seus últimos soldados. (14/04)
-
O mês de abril em imagens
França suspende todos os voos vindos do Brasil
Em meio a preocupações com variante brasileira do coronavírus, primeiro-ministro francês, Jean Castex, anuncia interrupção do tráfego aéreo entre Brasil e França. a Comissão Europeia, aconselhou "fortemente" os Estados-membros da UE a manterem as limitações às viagens não essenciais provenientes do Brasil ou de outras regiões afetadas por novas variantes mais contagiosas do vírus. (13/04)
-
O mês de abril em imagens
Alemanha supera 3 milhões de casos de covid-19
Número de novas infecções reflete contínua tendência de aumento de casos na Alemanha. País, que enfrenta terceira onda da pandemia, tem recorde de ocupação de leitos em UTIs por pacientes com covid-19 e ainda corre risco de não ter funcionários da saúde suficientes. Para frear contágio, governo federal quer centralizar o combate ao coronavírus. (12/04)
-
O mês de abril em imagens
Reencontrando o ritmo do Pacífico
Nota-se a alegria dos participantes do Pasifika Festival em Auckland, Nova Zelândia, ao apresentar suas danças tradicionais – mesmo com um ou outro visivelmente fora de compasso. Não é de espantar, após dois anos de pausa forçada: em 2019, o evento celebrando a cultura do Pacífico foi cancelado devido aos atentados a mesquitas em Christchurch; e em 2020, por culpa da pandemia de covid-19. (11/04)
-
O mês de abril em imagens
Viagem de barco de peso cultural
O Festival de Barcos Qintong, datando da dinastia Song (1127-1279), é uma tradição da cidade de Taizhou. Realizado no âmbito do Qingming, a festa chinesa em memória dos mortos, ele recorda as vítimas da guerra e foi incluído na lista do patrimônio cultural imaterial da China. (10/04)
-
O mês de abril em imagens
Arqueólogos descobrem cidade de mais de 3 mil anos no Egito
Uma missão arqueológica descobriu uma cidade soterrada no Egito, com mais de 3.000 anos, no sul do país. Bairros inteiros, com áreas residenciais e administrativas, foram encontrados, inclusive uma padaria equipada com fornos. A descoberta é considerada uma das mais importantes desde a tumba de Tutancâmon, há quase um século, e está sendo chamada de "a maior cidade antiga do Egito". (09/04)
-
O mês de abril em imagens
Alemanha concede Ordem do Mérito a sobrevivente do Holocausto
Zilli Schmidt, que chegou a ficar presa em Auschwitz e sobreviveu ao genocídio dos sinti e roma pelos nazistas, recebeu a máxima expressão de reconhecimento concedida pela Alemanha. "Por seu intermédio sabemos hoje mais sobre o sofrimento dos sinti e roma e também muito mais sobre a sua vida, música e sua cultura", escreveu o presidente alemão, Frank-Walter Steinmeier. (07/04)
-
O mês de abril em imagens
Chefe da UE é esnobada em encontro com presidente turco
Questões sobre igualdade de gênero se tornaram o foco das atenções em Bruxelas nesta quarta, um dia depois de Ursula von der Leyen, chefe da Comissão Europeia, ter sido tratada como figura de segundo escalão em encontro com o presidente Recep Erdogan, na Turquia. Ela foi relegada a um sofá, enquanto o presidente do Conselho Europeu, Charles Michel, tinha uma cadeira ao lado do líder turco (07/04).
-
O mês de abril em imagens
Nova Zelândia e Austrália liberam viagens entre si sem quarentena
A Nova Zelândia anunciou nesta terça-feira que abrirá uma "bolha de viagem" com a Austrália, o que permitirá aos habitantes desses dois países viajarem entre eles sem precisarem se submeter a uma quarentena obrigatória devido à covid-19. A medida entrará em vigor em 19 de abril. Ambas as nações são exemplo no combate à pandemia. (06/04)
-
O mês de abril em imagens
Putin assina lei que pode mantê-lo no poder até 2036
O presidente da Rússia, Vladimir Putin, deu sua aprovação final à lei que lhe permite concorrer a mais dois mandatos de seis anos cada, abrindo caminho para que ele permaneça no poder até 2036. A legislação foi assinada por Putin após ter sido aprovada pelo Parlamento e recebido o aval da população em referendo realizado em julho do ano passado. (05/04)
-
O mês de abril em imagens
Papa pede vacinas para países pobres
O papa Francisco celebrou a tradicional missa de Páscoa com a benção Urbi et Orbi sem a presença de fiéis na Basílica de São Pedro, devido à pandemia de covid-19, assim como havia ocorrido em 2020. Em transmissão pela internet, o pontífice pediu que as vacinas contra a covid-19 sejam compartilhadas com as nações pobres e prestou homenagem aos profissionais de saúde. (04/04)
-
O mês de abril em imagens
Desfile de múmias de faraós egípcios
O Egito promoveu uma parada pública pelas ruas do Cairo com os restos mortais mumificados de 22 faraós, sendo o mais antigo do século 16 a.C. Sob forte esquema de segurança, as múmias foram transportadas em carros alegóricos dourados a partir do icônico Museu Egípcio até o novo Museu Nacional da Civilização Egípcia, onde elas ficarão em exibição a partir de agora. (03/04)
-
O mês de abril em imagens
Morte no Capitólio
Um agente da Polícia do Capitólio morreu e outro ficou ferido depois que um veículo avançou contra eles próximo à sede do Congresso dos EUA. O motorista do carro foi baleado por policiais ao tentar fugir com uma faca e também morreu. Não há indícios de "relação com terrorismo", afirmou o chefe da polícia do Distrito de Columbia. O presidente Joe Biden disse estar "com o coração partido". (02/04)
-
O mês de abril em imagens
Desabrochar das cerejeiras em Seul
Para apreciar o desabrochar das cerejeiras em Seul, na Coreia do Sul, um item se tornou indispensável este ano: máscara de proteção contra o coronavírus. As árvores, repletas de flores brancas, dão a impressão de que o inverno ainda não acabou. No entanto, as temperaturas mais agradáveis são um convite a passeios ao ar livre - desde que respeitando as regras impostas pela pandemia. (01/04)