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Os mais caros da história

DW/Agências (as)1 de agosto de 2008

Os prometidos melhores Jogos de todos os tempos já são os mais caros. Mas os chineses e também analistas econômicos afirmam que o investimento beneficiará Pequim e trará retorno a longo prazo.

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O Estádio Nacional de Pequim será o principal palco dos Jogos Olímpicos de 2008Foto: AP Images

Em fevereiro de 2001, cinco meses antes de o Comitê Olímpico Internacional (COI) escolher Pequim para sediar os Jogos Olímpicos de 2008, os custos da festa esportiva ainda estavam sob controle: 2 bilhões de dólares seriam suficientes, afirmavam os chineses, para construir a infra-estrutura necessária, incluindo estádios, arenas e acessos à Vila Olímpica, no norte de Pequim.

À época, o COI divulgou que apoiaria a realização dos Jogos com 1,5 bilhão de dólares, valor destinado à realização propriamente dita do evento, sem contar a infra-estrutura.

Bildgalerie Olympiaarchitektur China Architektur Peking U-Bahn-Station Olympiapark in Peking
Estação de metrô em PequimFoto: picture-alliance/dpa

Quatro anos depois, esses valores eram pó. Durante um encontro com o Comitê Olímpico Internacional, em 2005, os organizadores chineses apresentaram números bem diferentes. A portas fechadas, foi dito que apenas o orçamento para a coordenação dos Jogos teria que ser elevado em cerca de 20%. Os inspetores financeiros do COI responderam que, caso os valores subissem ainda mais, teriam que acionar Pequim por negligência.

Mas também os investimentos em infra-estrutura demandariam mais recursos do que o previsto, principalmente na construção de estádios e nas vias de transporte.

É de se supor que o COI soubesse desde o início que os chineses não perderiam esta oportunidade de fazer uma exibição de poder. E que, portanto, não poupariam esforços na construção da infra-estrutura e que a extrapolação dos valores iniciais era inevitável.

China Hochgeschwindigkeitszug Verbindung zwischen Peking und Tianjin
O novo trem de alta velocidade liga Pequim a TianjinFoto: AP

E assim o Comitê Organizador dos Jogos Olímpicos de Pequim chegou em 2008 a uma soma superior a 34 bilhões de dólares de custos, ou 17 vezes mais que o valor inicialmente previsto. Os números são extra-oficiais, já que o governo chinês não confirma nada.

Caros, mas rentáveis

O dinheiro fluiu para projetos de prestígio, como o Estádio Nacional de Pequim, mais conhecido como Ninho de Pássaro, que só em honorários de arquitetos consumiu 8 milhões de dólares. O estádio custou mais de 400 milhões de dólares. É o dobro do previsto, mesmo o projeto tendo sido revisto duas vezes devido a acusações de desperdício.

A construção da infra-estrutura de transportes também não foi barata. Apenas no metrô teriam sido aplicados 1,2 bilhão de euros. Mas caros mesmo foram os investimentos nas obrigatórias medidas de proteção ambiental. Em poucos anos, todos os sistemas de aquecimento a carvão de Pequim tiveram de ser trocados – os chineses, afinal, prometeram "Jogos Verdes".

Bildgalerie Olympiaarchitektur China Architektur Peking Neues Flughafen-Terminal in Peking
Vista interna do novo terminal do aeroporto de PequimFoto: picture-alliance/ dpa

O que também significa céu azul na capital chinesa, ou dias com um ar adequado à prática de esportes. Para isso, várias medidas foram tomadas, incluindo o fechamento temporário de indústrias na região de Pequim. Os prejuízos causados por essas medidas não estão incluídos nos cálculos dos custos dos Jogos.

Às críticas de que estão organizando os jogos mais caros da história, os chineses respondem que o investimento se pagará no longo prazo. É o que também diz a agência de crédito Standard & Poor's, que lembra que os gastos com metrô e aeroportos beneficiarão a cidade e também a indústria do turismo.

Para a agência, os investimentos nos Jogos Olímpicos tornarão Pequim uma cidade mais atraente para os negócios e para o turismo, o que deverá fortalecer a capital chinesa como centro financeiro mundial.