Israel e grupos palestinos acertam trégua em Gaza

Israel e as milícias palestinas na Faixa de Gaza acordaram neste sábado (13/05) um cessar-fogo a partir das 22h (hora local), após cinco dias de conflitos que deixaram 35 mortos, a grande maioria em Gaza, bem como danos extensos ao empobrecido enclave.

O acordo, alcançado graças à mediação do Egito, inclui o compromisso de "parar de atacar civis e parar de demolir casas”, informou com exclusividade o canal estatal egípcio.

"O Egito pede a ambas as partes, a palestina e a israelense, que cumpram a cessação das hostilidades", acrescentou a mesma fonte.

Enquanto isso, um membro da Jihad Islâmica Palestina (YIP), que se encontra no Cairo e pediu anonimato, confirmou a diferentes emissoras de televisão e meios de comunicação árabes que a milícia aprovou o cessar-fogo.

A fonte especificou que o YIP ainda não emitiu um comunicado oficial "e que as próximas horas serão cruciais".

Este anúncio foi divulgado ao mesmo tempo em que uma rajada de foguetes foi lançada desde a Faixa de Gaza, ao que o Exército israelense respondeu, quase imediatamente, com novos bombardeios sobre o enclave.

Rumores de um iminente cessar-fogo, mediado por Egito, ONU e Qatar, circulavam há vários dias, mas ambas as partes no conflito afirmavam que as negociações estavam se tornando "muito difíceis", aparentemente devido à recusa de Israel em interromper os assassinatos de altos comando do YIP, considerado terrorista por Israel, Estados Unidos e União Europeia.

Esta nova escalada bélica começou na última terça-feira, quando Israel ativou a operação "Escudo e Flecha" com o assassinato seletivo de vários líderes do YIP em intensos bombardeios.

Desde aquele dia, o Exército atacou 371 alvos do YIP - incluindo casas de seus membros e instalações militares - enquanto o grupo islâmico disparou 1.234 projéteis desde a Faixa, incluindo foguetes e morteiros, a maioria dos quais caiu em terreno despovoado ou foi interceptado por sistema antiaéreo.

Um total de 33 moradores de Gaza foram mortos - pelo menos 15 civis, incluindo sete crianças - e 147 feridos, de acordo com a última contagem do Ministério da Saúde do enclave.

Do lado israelense, houve duas mortes: uma idosa morreu na quinta-feira quando um foguete atingiu seu prédio em Rehovot, e um habitante de Gaza com permissão de trabalho em Israel foi morto hoje por estilhaços enquanto pastava perto da Faixa.

jps (EFE, ots)