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Israel anuncia libertação de presos palestinos

MD/afp/lusa/dpa20 de julho de 2013

Medida foi divulgada horas após EUA noticiarem novas negociações de paz, depois de anos de impasse. Ministro israelense descartou reconhecimento de fronteiras de 1967 e suspensão de assentamentos.

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Foto: Getty Images

Israel anunciou neste sábado (20/07) a libertação de um número "limitado" de prisioneiros palestinos, um dia depois de os EUA terem noticiado a retomada das negociações de paz entre Israel e palestinos.

"Este é um gesto forte em relação ao lado palestino", disse o ministro israelense de Relações Exteriores e Assuntos Estratégicos, Yuval Steinitz, em entrevista a uma emissora de rádio. Ele não disse a data da libertação dos prisioneiros, mas esclareceu que esta se realizará "por etapas". O ministro lembrou ainda, que entre os beneficiados estão prisioneiros palestinos encarcerados nas prisões israelenses há 30 anos.

Ao mesmo tempo, Steinitz deixou claro que Israel não aceitou mais exigências palestinas como base para as negociações, tanto no que diz respeito à suspensão da construção de assentamentos israelenses, como ao reconhecimento das fronteiras de 1967, como eram antes da Guerra dos Seis Dias.

Yuval Steinitz Finanzminister Israel
Steinitz negou que Israel venha a suspender assentamentos em áreas ocupadasFoto: picture-alliance/dpa

Retomada de negociações de paz

As declarações de Steinitz ocorreram horas após os EUA anunciarem a retomada das negociações de paz. Na noite de sexta-feira (19/07), o secretário de Estado norte-americano, John Kerry,  disse na Jordânia que os negociadores israelenses e palestinos vão se reunir na próxima semana em Washington, depois de chegarem a um acordo sobre as condições para a retomada das conversas. Conforme Steinitz, o lado palestino concordou em "negociar a sério" por pelo menos nove meses.

O anúncio das negociações foi bem recebido em todo o mundo. O secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, pediu a Israel e palestinos "liderança, coragem e senso de responsabilidade", para que cheguem a uma solução de dois Estados. "Este pode ser o primeiro passo para um avanço, após o impasse dos últimos anos no processo de paz no Oriente Médio", declarou neste sábado o ministro alemão do Exterior, Guido Westerwelle.

Chefe de política externa da União Europeia, Catherine Ashton, demonstrou esperança de que agora haja progresso nas questões de paz, segurança e dignidade dos povos envolvidos. "É claro que haverá negociações difíceis de serem conduzidas e também decisões difíceis de serem tomadas", reconheceu. O ministro francês do Exterior, Laurent Fabius, elogiou o senso de responsabilidade das partes envolvidas no conflito.

Hamas rejeita conversas

O grupo radical islâmico Hamas rejeitou a retomada das negociações de paz no Oriente Médio. O porta-voz do Hamas, Sami Abu Suhri, afirmou que o presidente palestino, Mahmoud Abbas, "não tem direito de negociar em nome do povo palestino". A organização, que controla a Faixa de Gaza, rejeita terminantemente negociações com Israel. Já um porta-voz da Autoridade Palestina, que governa a Cisjordânia, classificou o anúncio de Kerry como um "progresso". Ao mesmo tempo, ele deixou claro que, apesar de ter sido selado um acordo preliminar para início das negociações, ainda existem "detalhes a serem acertados".

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Kerry negociou retomada de processo de paz com presidente palestino, Mahmoud AbbasFoto: Reuters

A ministra da Justiça de Israel, Tzipi Livni, se mostrou satisfeita com a perspectiva de que os anos de paralisação sejam superados. Ela reconheceu também, que "no momento em que as negociações forem iniciadas, elas se tornarão complexas e não serão fáceis."

O presidente dos EUA, Barack Obama, conseguiu levar a liderança de ambos os lados a uma mesma mesa, pela última vez, em setembro de 2010. As negociações, no entanto, foram suspensas logo depois, quando Israel reiniciou a construção de assentamentos nos territórios palestinos ocupados.