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Irmã do rei de Espanha vai a julgamento por fraude fiscal

25 de junho de 2014

Princesa Cristina é acusada de ser cúmplice do marido em negócios ilícitos envolvendo lavagem de dinheiro. Esta é a primeira vez que um familiar do rei é julgado na Espanha.

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Foto: Getty Images

A Justiça espanhola decidiu, nesta quarta-feira (25/06), manter o indiciamento da princesa Cristina de Bourbon, irmã do recém-coroado rei Felipe 6º da Espanha, considerando que ela deve ser julgada juntamente com seu marido, Iñaki Urdangarin, por fraude fiscal e lavagem de dinheiro.

A decisão judicial, que veio três anos após o início do processo, representa o primeiro grande problema a ser enfrentado pelo novo rei, que assumiu o trono na última quinta-feira. Um familiar do rei nunca foi julgado na Espanha.

De acordo o juiz José Castro, a infanta, de 49 anos, teria cooperado com o marido, ex-jogador olímpico de handebol, no desvio de mais de seis milhões de euros de verbas públicas através do Instituto Nóos – uma organização vinculada ao mundo dos esportes e, em teoria, sem fins lucrativos. Conforme as denúncias, os lucros dos negócios de Urdangarin iam para a empresa Aizoon, sociedade da qual cada um dos cônjuges detém uma quota de 50%.

"Os crimes atribuídos a Iñaki Urdangarin dificilmente poderiam ter sido cometidos sem o conhecimento e o consentimento de sua esposa", disse o juiz. "Cristina de Bourbon colaborou ativamente com Iñaki Urdangarin nas irregularidades cometidas no âmbito da entidade Aizoon."

Urdangarin foi acusado de nove delitos, alguns supostamente cometidos mais de uma vez. Entre os crimes, estão apropriação indébita, tráfico de influência, fraude e crimes fiscais. O magistrado ainda processou outras 13 pessoas envolvidas, entre elas ex-funcionários dos governos regionais das Ilhas Baleares, de Valência e de Madrid.

O procurador anticorrupção Pedro Horrach confirmou, na manhã desta quarta-feira, que irá recorrer da decisão do juiz por considerar que "continua não existindo qualquer elemento contra a infanta". Segundo Horrach, esta é a única divergência que tem com o juiz Castro neste processo.

Para evitar a pressão midiática, Cristina vive há quase um ano em Genebra, na Suíça. Afastada da agenda oficial desde o fim de 2011, junto com seu marido, a infanta ficou completamente excluída dos acontecimentos em torno da abdicação de seu pai, o rei Juan Carlos, e a recente entronização de seu irmão.

BWS/lusa/dpa/afp