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25 anos de internet

2 de agosto de 2009

Em 1984 chegou o primeiro e-mail a uma universidade alemã. De instrumentos para dinamizar a pesquisa, o correio eletrônico e a internet se tornaram ferramenta universal. Porém o spam ameaça essa posição de importância.

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Foto: picture-alliance/dpa

"Bem-vindos à CSNET!", exclamava a simpática mensagem vinda dos Estados Unidos que, em 2 de agosto de 1984, chegou na caixa eletrônica do departamento de informática da Universidade de Karlsruhe. Os informáticos do Massachusetts Institute of Technology (MIT) acolhiam assim os colegas alemães, encabeçados por Werner Zorn, na rede computacional CSNET, a internet civil criada para facilitar a comunicação entre os pesquisadores.

Axel Kessel, redator da revista de computação c't, lembra que essa primeira mensagem eletrônica nada tinha a ver com e-mails como os conhecemos hoje. Não havia um formato fixo, nem endereços no sentido atual, e muito menos um aplicativo para administrar e-mails, "apenas algumas modestas linhas de texto num terminal, que nem a cores era". "Mas foi uma mensagem de boas vindas que marcava a conexão da Alemanha na internet, e, por isso, muito importante."

Origem militar

Pakistan Muslim betet vor seinem Computer Internet Pakistan
Trajetória veloz até a onipresença da redeFoto: AP

Cinco anos antes, apenas as universidades norte-americanas que realizavam pesquisas para a Secretaria norte-americana de Defesa eram conectadas entre si pela chamada ARPAnet. No entanto já se havia reconhecido perfeitamente o potencial da conexão em rede com outras universidades, para fins civis.

Com o patrocínio de 5 milhões de dólares da National Science Foundation, Larry Landwebeber, professor de Ciência Computacional da Universidade de Wisconsin, foi incumbido de ligar outras instituições universitárias ao Computer Science Network (CSNET).

E a coisa funcionou: em janeiro de 1982, sete universidades e o laboratório de pesquisa da firma Hewlett-Packard estavam interconectados. Em agosto do mesmo ano, a rede já contava duas dúzias de participantes.

Dois anos mais tarde, a Universidade de Karlsruhe entrava na CSNET, como primeira instituição alemã. A Alemanha foi quarto país do mundo a se conectar na internet, e nestes 25 anos muitos bits e bytes já fluíram por suas infovias.

Evolução veloz

Kessel recorda que nem todos perceberam o alcance desse momento ou o receberam positivamente. "Houve até críticos que diziam: 'Acabamos de introduzir o BTX [Bildschirmtext – videotexto], temos as caixas postais, não precisamos dessa conexão'." Porém o pessoal da Universidade de Karlsruhe estava convencido da importância de criar uma rede internacional, a qual se afirmou no espaço de poucos anos.

Na Alemanha da época, eram numerosos os obstáculos técnicos e administrativos a uma rápida expansão da internet e do e-mail. O correio alemão – na época Deutsche Bundespost, uma austera empresa estatal, possuía o monopólio sobre a rede telefônica, e o poder de declarar ilegal tudo o que não condissesse com suas normas.

Só que quando uma rede atinge uma massa crítica de participantes, ela cria uma dinâmica própria, que gera novos fatos. Quase simultâneo a esse primeiro e-mail desenvolveu-se o DNS (Domain Name System), o sistema com que se administram os nomes dos servidores na internet. "Uma coisa sucedeu a outra rapidamente", conta Axel Kessel.

Ameaça do spam

Spam, Spiced Ham in Originalverpackung
Origem do nome em inglês: embutido de carne baratoFoto: AP

"Pouco mais tarde, em 1986, já havia os primeiros domains na Alemanha e novos servidores se tornaram acessíveis em todo o mundo. Então foram só uns quatro anos, no máximo, até a internet começar a existir na forma como a conhecemos hoje."

Hoje, bilhões de mensagens eletrônicas viajam pelas redes globais a cada segundo. Tanto que a internet ameaça sufocar. Kessel considera "discutível" a direção tomada pela mensagem eletrônica. "Na realidade, apenas cerca de 10% dos e-mails são importantes, 90% do que atravessa a internet é o chamado spam, propaganda que entope a rede."

O redator de informática considera esse um problema a ser enfrentado através de um maior desenvolvimento técnico dos correios eletrônicos, de modo a banir o spam da rede. "Pois ele compromete a utilidade dos e-mails. E, se continuar assim, pode ser que algumas firmas desistam dele, e que o e-mail perca essa posição importante que alcançou hoje."

AV/dw
Revisão: Simone Lopes