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INGRESSO DA TURQUIA NA UNIÃO EUROPÉIA

9 de outubro de 2004

Os comentários desta semana foram sobre a Turquia na União Européia, Rumsfeld, Kerry e Bush, funcionalismo público, indenizações, Goethe, Kant e nanotecnologia.

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Ministro das Relações Exteriores da Turquia, Abdullah Gül, em BruxelasFoto: AP

Em face de acontecimentos como 11 de setembro, 11 de março e o massacre na Rússia, me pergunto até que ponto é adequada a entrada de um país muçulmano na União Européia. Como descendente de espanhóis, tenho bem nítido na consciência o esforço que foi feito para manter a Espanha unida e cristã. Pode-se dizer que os tempos são outros, mas o fanatismo islâmico tem se acentuado. Questiono a capacidade da Europa e a disposição dos europeus em lidarem com este tipo de situação. Vejamos a guerra da Iugoslávia, um fato que ocorreu no quintal da UE e ainda assim a Europa não teve condições de dar uma resposta à altura da gravidade da situação. Foi necessária a intervenção dos EUA. Creio que, antes de admitir a entrada de um país muçulmano na UE, devem ser consideradas todas as possibilidades e riscos que isto poderá trazer.
Alexsandro Garcia

Não acredito que a Turquia venha a fazer parte da UE nas próximas décadas. Além das reformas penais solicitadas pela UE, existem questões importantes a serem enfrentadas, tais como: A UE gostaria de estender suas fronteiras para uma região fortemente conturbada e instável, como o Oriente Médio? A UE está disposta a aceitar nas suas fileiras um país populoso e muçulmano? A UE está disposta a realizar investimentos maciços num país que já funciona como importante base de apoio militar dos EUA? Como será resolvida a questão das importantes minorias turcas que vivem na Alemanha? O Chipre será reunificado?
A entrada da Turquia na UE deverá favorecer a construção de novos oleodutos e gasodutos conectando os campos da Ásia Central com o Mediterrâneo. Esta opção é conveniente aos esforços que estão sendo realizados entre russos e alemães? Na minha opinião, a entrada da Turquia na UE representa um desafio sem precedentes, que colocará à prova o balanço atual do poder.
Waldir Peres

O problema é que a maioria dos turcos são muçulmanos. Não tenho nada contra muçulmanos, mas isso pode gerar muitos conflitos, já que há muitos radicais nesta religião. Os muçulmanos ainda não estão prontos para se misturarem com outros povos. A Turquia quer entrar na UE (quem não quer ?), e não mede esforços para isso, mas mudar certos aspectos culturais pode levar gerações. A lei pode ser facilmente mudada, mas a mentalidade do povo é muito mais difícil de se mudar.
Cândido

RUMSFELD ADMITE ERROS
O que eu acho dos erros do secretário de Defesa, Rumsfeld ? Acho que ele demorou demais para reconhecer o absurdo que foi arrasar com o Iraque. O secretário deveria ser julgado por algum tribunal internacional bem longe dos Estados Unidos, se fosse possível. Mas vai aparecer alguém e dizer que um pedido de desculpas fica bem e assim tudo está esclarecido, afinal, errar é humano... Como um homem despreparado desses ocupa lugar tão importante ? E o primeiro-ministro britânico, Tony Blair, como é que fica também? Tem que juntar todos eles e ver o que se faz, porque se ficar como está, dentro em pouco eles aprontam outra vez para cima de qualquer outro país.
Vão apelidar, quem sabe, de exercício de manobras!
Marion Chemale Preis

KERRY VERSUS BUSH
Embora todas as informações que recebi relativas ao debate protagonizado entre Kerry e Bush tenham sido transmitidas pelas TVs abertas, ou seja, tudo foi tratado de forma superficial, uma coisa ficou bem nítida: independente de qual dos dois será o eleito, o mundo continuará à sombra de um "sherife", de um "protetor", enfim de um manda-chuva que continuará a ditar as regras/ordens a serem seguidas para "manter a ordem internacional" com o objetivo de proteger os EUA. Pois bem, nada mudará e até pode piorar, pois o "Tio Sam" está desesperadamente procurando surrupiar o petróleo e/ou qualquer outra riqueza existente no resto do mundo, tudo evidentemente respaldado pela "democracia" e pela luta contra "o terrorismo". No tocante à América Latina e especificamente ao Brasil, a eleição americana será o mesmo que trocar seis por meia dúzia, ou seja, nada mudará e continuaremos de pires na mão a mendigar uns trocados junto aos organismos de crédito/espoliação internacionais que na sua grande maioria são sediados na "terra da liberdade". Como diz uma das estrofes do hino nacional do Brasil, somos "um gigante adormecido", e, infelizmente não estamos nem perto de acordar.
Martinho Faustino Xavier Júnior

FUNCIONÁRIO PÚBLICO
Já faz algum tempo que também tenho pensado na questão da estabilidade dos professores que atuam no serviço público. No Brasil, ao longo dos anos, o status foi sendo perdido, especialmente em função dos salários recebidos pelos professores. Em compensação, são oferecidas férias longas, licenças, afastamentos, constituindo assim uma quantidade de benefícios inimaginável aos demais trabalhadores. A colocação brasileira na última avaliação da OECD praticamente não repercutiu. Parece que cobrar dos professores mais empenho, avaliações e melhores resultados poderia gerar cobranças desses trabalhadores para com o governo. Todos vivem em um mundo de faz-de-conta enquanto a educação piora cada vez mais. No Brasil, ninguém assume sua parcela nos péssimos resultados da educação. Acredito que o sistema de estabilidade dos professores poderia ser repensado, melhorando os ganhos em função da qualidade do seu trabalho.
Marcos Paim

INDENIZAÇÕES
Os dois lados devem indenizar os prejudicados. Apesar de que dos habitantes da Pomerânia, Prússia Oriental, Silésia e outras regiões alemãs, poucos terem sobrevivido a guerra. A maioria foi assassinada, não importando se mulheres ou crianças, após tortura, pelo hordas sanguinárias soviéticas (quando não pelos bravos "resistentes", poloneses, tchecos, entre outros, "bravos" principalmente contra civis). Leia-se o russo Soljenitsin (Noites Prussianas), quando escreve sobre o Gulag.
Edelberto Wilson Schmidt

GOETHE E ANNA AMALIA
Goethe e Anna Amalia, ante as evidências e o sabor da época, entre o poder do Estado e o delírio do amor, certamente tinham motivos, até porque mais alucinantes, de manter o romance em segredo. Isso sempre ocorreu nas melhores casas européias e, diga-se, até recentemente, com o caso do princípe herdeiro do trono da Inglaterra. De uma forma ou de outra, os dois, poeta e amante, viveram mesmo um intenso romance e isso não significa qualquer desdouro e sim elogios ao ímpeto do idílio.
Zuza Barão

KANT E A MODERNIDADE
Tive a oportunidade de estudar Kant e a sua Filosofia na Universidade de Direito, a qual termino este ano.
Posso dizer que a leitura, apesar de trabalhosa, nos possiblita encarar o mundo e o proprio ser humano de uma forma diferente. Sem nenhuma dúvida sua filosofia marcou a Modernidade e estabeleceu um marco na História. A paixão por Kant tornou-se tão viva que o meu diploma-work abordará o aspecto de seu pensamento sob o enfoque do Direito.
Giselle Lopes

NANOTECNOLOGIA
Como toda evolução tecnológica e principalmente nas áreas ligadas à medicina, temos sempre as questões éticas, mas não podemos parar toda essa evolução onde certamente precisaremos cada vez mais dessas tecnologias pela sobrevivência humana a longo prazo. O que precisamos fazer é uma constante, eficaz e paralela discussão de todos esses possíveis usos das novas descobertas. Controlar a índole humana é algo para o que não dispomos de poder e teremos que conviver, por mais longa que seja a nossa existência, com todos esses processos evolutivos da raça humana, seja ele tecnológico ou humanitário.
Luís Augusto (Lisboa)