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Inflação ultrapassou 2.500% em 2017 na Venezuela

8 de janeiro de 2018

Estimativa é da oposicionista Assembleia Nacional, que, desde que o Banco Central parou de divulgar índices econômicos, é único órgão a fornecer dados sobre aumento dos preços.

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Em janeiro de 2017 Caracas lançou nova nota de 500 bolívares
Em janeiro de 2017 Caracas lançou nova nota de 500 bolívaresFoto: Getty Images/AFP/J. Barreto

A Venezuela fechou o ano 2017 com uma inflação acumulada de 2.616%, segundo dados revelados nesta segunda-feira (08/01) pela Assembleia Nacional (Parlamento). Só em dezembro a taxa foi de 85%.

"Não há aumento de salário que possa combater esta situação", comentou, durante a apresentação, o deputado oposicionista Rafael Guzmán, aludindo aos constantes aumentos salariais com que o governo de Nicolás Maduro tenta compensar a explosão de preços. "Somos o único país do mundo com superinflação" – como é denominada a inflação superior a 50%.

Guzmán integra a Comissão de Finanças do Parlamento, último dos poderes nas mãos da oposição venezuelana, e única instituição oficial a divulgar dados de inflação, desde que, em 2015, o Banco Central parou de oferecer números sobre esse e outros indicadores econômicos.

Numa coletiva de imprensa, o presidente da Comissão de Finanças, José Guerra, atribuiu a inflação desenfreada à impressão de dinheiro pelo Banco Central, através da qual o governo teria financiado 70% de seu déficit.

Se isso continuar, "estamos falando de uma inflação que pode superar 10.000%", afirmou o economista com longa trajetória no Banco Central.

Por sua vez, Rafael Guzmán apontou a "queda livre" do bolívar em relação ao dólar, no mercado paralelo, como uma das causas do aumento de preços na Venezuela.

Segundo ele, essa desvalorização da moeda nacional se deveria ao controle de câmbio imposto pelo governo em 2003. Devido a isso, o governo vinha concedendo dólares a empresas do setor privado a uma taxa preferencial muito inferior à cotação da moeda americana no mercado livre, que é ilegal na Venezuela.

Os críticos desse sistema o denunciam como uma fonte de corrupção, que permite a revenda dos dólares no mercado negro com enorme margem de lucro.

Atolado em dificuldades financeiras, desde agosto o governo Maduro não disponibiliza dólares nem nenhuma outra divisa, o que redobrou a pressão sobre o preço da moeda americana no mercado paralelo.

AV/efe