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Rio 2016

3 de outubro de 2009

A escolha do Rio de Janeiro e seus desafios estampam as páginas esportivas dos jornais europeus, um dia após a decisão de que cidade brasileira será sede dos Jogos Olímpicos de 2016.

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Foto: BilderBox

O jornal alemão Neue Westfälische Zeitung, de Bielefeld, ressalta em seu editorial o apelo emocional da campanha a favor do Rio de Janeiro, calcada, entre outros, no fato de serem os primeiros Jogos Olímpicos na América do Sul:

"Após a sexta candidatura [da cidade], o mundo pode alegrar-se com atraentes imagens televisivas, como as de uma partida de vôlei de praia em Copacabana, por exemplo. É uma decisão corajosa, pois os Jogos no Rio não serão fáceis. Os custos serão imensos. A infraestrutura está longe de ser adequada a um evento olímpico."

O jornal também enfoca eventuais dificuldades em encontrar patrocinadores e a criminalidade na cidade brasileira: "Dois anos depois da Copa do Mundo no Brasil, poderá ser difícil encontrar patrocinadores para os Jogos. Não basta uma nova equipe de policiais para combater a alta taxa de criminalidade, se assaltos e tiroteios fazem parte do cotidiano. Mas muita coisa pode acontecer em sete anos. Além disso, a Copa do Mundo pode servir de ensaio geral", termina o jornal de Bielefeld.

Também o General Anzeiger, de Bonn, acredita que a realização dos Jogos Olímpicos no Rio representa uma enorme oportunidade para a cidade: "O voto pelo Rio é uma decisão do coração – e é uma decisão certa. É claro que o Comitê Olímpico Internacional (COI) corre um risco, ao conceder a competição a uma cidade marcada pela criminalidade, que tem muitos problemas ambientais e onde muitos não sabem como poderão sobreviver até amanhã. Mas estes Jogos podem também – juntamente com a Copa de 2014 – se tornar um enorme pacote conjuntural para o Brasil".

O empenho do presidente norte-americano, Barack Obama, a favor de Chicago, foi um tiro pela culatra, destaca o diário Lausitzer Rundschau. "A derrota prematura foi uma sonora bofetada na comunidade olímpica dos EUA, provavelmente porque a curta visita de cinco horas de Obama a Copenhague deixou a impressão arrogante de que os EUA, como potência mundial, acreditam que poderiam, assim de passagem, determinar que os Jogos Olímpicos sejam realizados na porta da própria casa", escreve o jornal.

O Lausitzer Rundschau lembra ainda os escândalos que envolveram Jogos realizados nos Estados Unidos: "O voto pelo Rio de Janeiro é uma prova de que o COI aparentemente aprendeu com os erros do passado. Após os 'Jogos Coca-Cola' em Atlanta, em 1996, e do escândalo de corrupção na concessão das Olimpíadas de Inverno de 2002 a Salt Lake City, os membros do COI foram tratados com rédeas curtas. Apenas uma comissão de avaliação pôde viajar até as cidades candidatas. No lugar de opiniões pessoais dos votantes, os fatos deveriam ter mais peso para a decisão. E esses fatos já mostravam claramente antes mesmo da votação que nunca houve Jogos na América do Sul. O mundo olímpico será ampliado – e já era hora!"

Em outros países europeus, os jornais repercutiram a escolha da seguinte maneira:

Espanha

La Vanguardia (Barcelona): "Lula bate Madri. O Rio derruba o sonho olímpico de Madri. Madri salva a honra, mas está aí com uma dívida de 7 milhões de euros".

França

Le Parisien: "O Rio vai entrar para a história [...] As vantagens da cidade são conhecidas: extraordinárias condições naturais, o apoio de todo o país e de seu líder, e uma economia que está entre as dez principais do mundo. Resta esperar que sete anos sejam suficientes para recuperar atrasos na infraestrutura, que é um ponto fraco".

Holanda

De Telegraaf: "A decisão deixou uma coisa bem clara: uma candidatura aos Jogos Olímpicos necessita de muito apoio, inclusive dos altos escalões. Um apoio não só do mundo do esporte e da população, mas também dos governos e dos representantes das monarquias. Esta foi, acima de tudo, a lição deixada pelo nível extraordinariamente alto das candidatas Rio de Janeiro, Madri, Tóquio e Chicago. Nunca antes tantos chefes de governo, membros da realeza e ministros participaram de uma decisão olímpica como em Copenhague".

Itália

Corriere dello Sport: "Lula triunfa. O Brasil será o primeiro país sul-americano a sediar os Jogos. Para a América do Sul, esse é um momento mágico. O Brasil passa por uma fase fantástica, o país tem uma economia sólida e dinâmica. Lula conseguiu superar muitas dificuldades em prol do sucesso da cidade brasileira".

Ucrânia

Sports: "O carnaval brasileiro eliminou Madri e Tóquio. A concessão dos Jogos Olímpicos ao Rio de Janeiro é uma prova do prestígio do Brasil e de que o país desempenha um papel cada vez mais importante no mundo".

Polônia

Rzeczpospolita: "O Rio foi a escolha do coração e da razão. Venceu o projeto mais magnífico e mais romântico".

RW/dpa/afp/sid

Revisão: Soraia Vilela