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Crise do gás

Agências (ca)6 de janeiro de 2009

Países-membros da União Europeia começam a sentir diminuição do fornecimento de gás natural da Rússia que passa pela Ucrânia. Caso situação não mudar, UE planeja encontro com ambos os países.

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Cortes no fornecimento ameaçam tornar inverno europeu ainda mais rigorosoFoto: AP

Desde esta terça-feira (06/01), Romênia, Bulgária e Grécia, países-membros da União Europeia (UE), passaram a sentir uma "sensível diminuição" de abastecimento de gás proveniente da Rússia. Este também foi o caso dos países vizinhos Turquia e Macedônia. A Comissão Europeia vê um grande risco também para Áustria, Hungria, Eslováquia, Eslovênia e Itália.

As empresas alemãs Eon-Ruhrgas e Wingas, importadoras de gás russo, afirmaram que a pressão nos dutos também diminuiu na Alemanha. Desde quinta-feira (01/01), a empresa Gazprom, que detém o monopólio russo do gás natural, anunciou que cortaria o fornecimento do produto para a Ucrânia por causa de divergências contratuais.

Os Estados-membros da UE importam 40% de seu gás natural da Rússia. Cerca de 80% dessas importações são feitas através de gasodutos que passam pelo território ucraniano.

Escassez de fornecimento

Rússia e Ucrânia se acusam mutuamente pela escassez de fornecimento. Segundo a empresa estatal ucraniana Naftogaz, a Rússia teria diminuído em cerca de dois terços seu fornecimento de gás para os países da UE. A Gazprom, por sua vez, acusa a Ucrânia de ter fechado seus quatro gasodutos.

Nesta terça-feira em Bruxelas, a União Europeia (UE) exigiu dos seus Estados-membros uma reação rápida aos problemas de abastecimento do gás natural russo. "Medidas nacionais devem ser tomadas urgentemente", comentou o porta-voz da Comissão Européia, Ferran Tarradellas.

Ainda na segunda-feira, a Comissão afirmara que não existiria nenhum perigo agudo de abastecimento de clientes europeus, mas, segundo declarou Tarradellas, "a situação mudou drasticamente de ontem para hoje". O primeiro-ministro tcheco, Mirek Topolanek, declarou que "teremos um problema sério, se a situação durar mais alguns dias".

Energia é área prioritária para tchecos

Ao apresentar o programa tcheco para a UE, nesta terça-feira em Praga, Mirek Topolanek apontou as áreas de energia, economia e relações exteriores como prioritárias durante o seu mandato à frente da UE até 30 de junho próximo. A briga do gás entre Rússia e Ucrânia e o conflito em Gaza seriam um sinal de que a escolha das prioridades foi correta, afirmou o primeiro-ministro tcheco.

Gasstreit Russland Ukraine Gazprom
Porta-voz da Gazprom anunciou conversações imediatasFoto: AP

A presidência da União Europeia rejeitou novamente uma intermediação da UE no conflito entre Ucrânia e Rússia, mas cogitou pela primeira vez um encontro entre os partidos conflitantes e a liderança da UE. O chefe de governo tcheco afirmou que a realização do encontro estaria sido discutida juntamente com o presidente da Comissão Europeia, José Manuel Barroso.

Caso não haja mudança na situação, o encontro poderá se realizar entre a presidência da União Europeia e os chefes de Estado da Rússia e da Ucrânia, afirmou Topolanek.

Obrigações a ser cumpridas

Nesta terça-feira, em Bruxelas, Johannes Laitenberger, porta-voz da Comissão Europeia, reiterou o ponto de vista da UE de que os problemas de fornecimento decorrem de um conflito comercial entre os dois países. "Existem obrigações comerciais que devem ser cumpridas, mesmo que haja diferentes opiniões políticas", afirmou Laitenberger.

A empresa estatal ucraniana Naftogaz anunciou, nesta terça-feira em Kiev, que irá retomar as conversações com a Rússia. Oleg Dubina, presidente da Naftogaz, afirmou que viajará para Moscou na próxima quinta-feira (08/10). Diante da escalada do conflito, o porta-voz da empresa russa Gazprom declarou que a sua companhia estaria disposta a conversações imediatas.