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Hamburgo se prepara para centenas de prisões durante G20

26 de junho de 2017

Celas e tribunais temporários foram instalados em contêineres para lidar com detenções de ativistas durante a reunião de cúpula. Mesmo pessoas suspeitas de planejarem um crime poderão ser detidas.

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Posto de vigia na entrada do centro de detenção criado para a cúpula do G20Foto: picture-alliance/M. Scholz

A polícia de Hamburgo e o serviço judicial da cidade alemã se preparam para centenas de prisões durante os protestos previstos para a próxima cúpula do G20, marcada para começar no dia 7 de julho. Tribunais especiais estão sendo instalados num complexo de dois andares de contêineres ao sul do rio Elba, junto a um centro de detenção em massa que pode acomodar até 400 pessoas.

Entenda: Do G7 ao G20

Os juízes dos tribunais temporários realizarão audiências em tempo integral, com até oito sessões ao mesmo tempo. Além de lidar com casos em que infrações foram cometidas, eles também vão se ocupar de pessoas suspeitas de planejarem algum crime. Essas "detenções preventivas" podem durar até dez dias e deverão elevar significativamente o número de prisões durante os protestos do G20.

Além disso, pessoas que já tenham sido acusadas de cometer algum crime poderão ser postas em prisão preventiva no posto avançado do tribunal até que a respectiva audiência seja realizada. O julgamento delas, no entanto, não será realizado nos tribunais temporários. O função desse serviço judicial é apenas acelerar decisões judiciais nos estágios iniciais dos casos relacionados ao G20.

Deutschland G-20 Hamburg Gefangenensammelstelle
Simulação em uma cela de detenção provisóriaFoto: picture-alliance/dpa/A. Heimken

Segundo o serviço judicial, construção e a administração dos tribunais temporários custarão cerca de 750 mil euros. "Pretendemos acionar juízes por alguns dias antes, durante e depois da cúpula", disse um porta-voz do G20. "Eles trabalharão em turnos para que decisões sobre detenções possam ser tomadas 24 horas por dia."

Mais de 130 juízes e diversos outros funcionários auxiliares trabalharão no posto avançado da corte a partir de 29 de junho até depois de o G20 já ter se encerrado.

Os tribunais e o centro de detenção em massa ficam a quilômetros de distância do centro de convenções onde os líderes mundiais vão se encontrar. Já os principais tribunais da cidade ficam a apenas algumas centenas de metros do local da cúpula, mas nem sempre estarão acessíveis. Com o posto temporário, o serviço judicial afirma que poderá operar de forma mais confiável e eficiente durante a cúpula.

Solidariedade anti-G20

Dezenas de protestos, que vão desde manifestações com água até bloqueios do local do evento, estão sendo planejados na cidade. A maior demonstração – "O G20 não é bem-vindo aqui", marcada para 8 de julho – deverá atrair 150 mil participantes. Cerca de 15 mil policiais estarão de plantão durante a cúpula, com oficiais recrutados de toda a Alemanha.

Gefangenensammelstelle für G20-Gipfel
As imensas instalações de detenção em massa estão longe do local do G20Foto: picture-alliance/dpa/A. Heimken

O centro de detenção da polícia, bem ao lado do tribunal temporário, também consiste essencialmente de contêineres e foi usado pela última vez para acomodar refugiados. Claramente separado dos tribunais, ele contém 50 celas individuais e 70 coletivas. Segundo a polícia, o local pode abrigar 150 pessoas em prisão preventiva, além de 250 em detenção preventiva.

Para a equipe médica, há duas salas de exames. Quatro contêineres foram reservados para reuniões entre detidos e seus advogados. Tradutores estarão no local, e mais de 200 computadores ficarão disponíveis para a equipe administrativa.

De acordo com a polícia, o Instituto Nacional para a Prevenção da Tortura inspecionou as instalações e as classificou de adequadas. Novas inspeções serão realizadas ao longo do evento.