1. Pular para o conteúdo
  2. Pular para o menu principal
  3. Ver mais sites da DW

Cartões do Unicef

18 de novembro de 2009

Venda de cartões não era bem a proposta da organização de ajuda humanitária, mas 60 anos mais tarde os cartões tornaram-se uma importante fonte de renda para a instituição.

https://p.dw.com/p/KZOQ
O primeiro cartão do Unicef, em versão gigante, diante da residência do presidente alemãoFoto: DPA

Mesmo na era do Twitter, do e-mail e do torpedo, os cartões do Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) ainda fazem parte das tradições natalinas: a cada ano, 100 milhões são vendidos no mundo. Na Alemanha, maior consumidor do produto, foram vendidos 16 milhões de cartões em 2008.

Além de serem ótimas lembranças para esta época do ano, 75% das vendas são investidos em projetos da instituição em 150 países. O primeiro cartão foi enviado há 60 anos, após o final da 2º Guerra Mundial, quando o Unicef, criado em 1946, ajudou a então destruída Europa com o envio de alimentos, roupas e medicamentos.

Unicef-Grußgarte 2009
Primeiro cartão do Unicef teve motivo desenhado por menina tchecaFoto: Unicef

Em 1949, uma menina de sete anos, Jitka Samkova, da região da Boêmia na antiga Tchecoslováquia, agradeceu através de um desenho: crianças dançando em torno de um Maibaum (poste com fitas coloridas dependuradas). Ela deu ao desenho o nome "paz".

Encantados com a harmonia e o colorido do desenho, os funcionários do Unicef de Nova York decidiram imprimir mil cópias como cartão. A assessora do Unicef na Alemanha, Andrea Floss, conta que o primeiro diretor da instituição, Maurice Pate, pagou do próprio bolso os exemplares, que não estavam à venda.

"Os cartões foram enviados a personalidades do mundo inteiro, como amigos do Unicef, parentes, conhecidos", explica Floss. Segundo ela, a venda de cartões não era bem a proposta da organização de ajuda humanitária, mas 60 anos mais tarde os cartões tornaram-se uma importante fonte de renda para a instituição.

Engajamento social

A venda de oito cartões garante a 50 crianças a vacina contra sarampo. Com a venda de 30, dez crianças na Índia podem receber material escolar.

Na Alemanha, cerca de 8 mil voluntários vendem os cartões para a instituição. Em uma pequena loja de cartões no centro histórico de Colônia, Anne Zenner, é uma delas. "Temos também uma loja na internet e a maioria das pessoas faz os pedidos por ali. Como o contato com o cliente na própria loja diminuiu, nos tornamos mais uma central que organiza o envio pelo correio", explica Zenner, que trabalha com o Unicef há 20 anos.

Grandes variedades de cartões

UNICEF-Grußkarte
Motivo natalino do Unicef em 2009Foto: Unicef

O primeiro artista a se engajar na produção de cartões da organização de ajuda humanitária foi o pintor francês Raoul Dufy, que pintou a ponte de Brooklin em Nova York com o prédio sede do Unicef ao fundo. "Também já fizemos cartões com as obras de Picasso e Chagall. Vários grandes museus colocam seus quadros mundialmente conhecidos à disposição para a produção dos cartões", diz Floss.

A cada primavera e outono, são incorporados 300 novos motivos. Uma equipe de especialistas do Unicef vai às feiras de arte conhecer as novas tendências para aplicá-las aos cartões. Porém, o desenho de Jitka Samkova continua inesquecível.

"Como não havia papel para desenho, as crianças pintavam em vidro. E assim Jitka pintou o quadro que se tornou o primeiro cartão postal do Unicef em um pedaço de vidro", conta Floss.

Hoje, Jitka Samkova vive na República Tcheca. Agora, no aniversário de 60 anos do primeiro cartão postal do Unicef, a pintura de Jitka está novamente disponível na caixa comemorativa lançada pela instituição que traz, além do cartão de Jitka, outros 14 motivos.

Autor: Leyla Winther (jbn)

Revisão: Roselaine Wandscheer