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Guaidó anuncia data para entrada de ajuda humanitária

13 de fevereiro de 2019

Durante protesto contra Maduro em Caracas, opositor diz que ajuda chegará em 23 de fevereiro. Caminhões enviados pelos EUA estão parados na fronteira com a Colômbia. Venezuelanos também saem às ruas em apoio ao governo.

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Guaidó durante discurso em Caracas
Guaidó anuncia segunda base de armazenamento da ajuda internacional em RoraimaFoto: picture-alliance/dpa/R. Hernandez

O oposicionista e autoproclamado presidente interino da Venezuela, Juan Guaidó, anunciou nesta terça-feira (12/02) que a ajuda humanitária começará a entrar no país a partir do próximo dia 23 de fevereiro. O anúncio foi feito em Caracas durante um protesto contra o governo de Nicolás Maduro.

"Anunciamos que 23 de fevereiro será o dia da entrada da ajuda humanitária", disse Guaidó ao final da manifestação em Caracas. "A ajuda humanitária vai entrar, sim ou sim, e o usurpador [Maduro] terá que ir embora da Venezuela, sim ou sim", acrescentou.

Guaidó anunciou ainda que uma segunda base de armazenamento da ajuda internacional será instalada em Roraima e antecipou que haverá outras duas mais, porém, não informou suas futuras localizações.

O líder opositor indicou que no próximo final de semana serão realizadas assembleias e "acampamentos humanitários" a fim de organizar e preparar todas as pessoas que têm se somado ao voluntariado promovido pela oposição para buscar a ajuda nas fronteiras caso as Forças Armadas não permitam seu ingresso.

Guaidó fala em "genocídio silencioso" na Venezuela

"Teremos que ir em caravanas, em protestos, em mobilização, em acompanhamento", declarou Guaidó. Ele pediu novamente que as Forças Armadas permitam a entrada deste apoio ao recordar-lhes que, provavelmente, muitos de seus familiares também necessitam dele. "Continuamos convidando os soldados da pátria a unirem-se a nós", frisou.

Milhares de manifestantes foram às ruas nesta terça-feira em diversas cidades venezuelanas para pedir que Maduro libere a entrada no país de ajuda humanitária. Um comboio com mantimentos e medicamentos fornecidos pelos Estados Unidos está parado na cidade colombiana de Cúcuta, na fronteira com a Venezuela. A ponte que liga os dois países, porém, foi bloqueada por militares venezuelanos.

Em San Antonio del Táchira, na fronteira com a Colômbia, os manifestantes homenagearam os mortos durante os protesto e caminharam em direção à ponte bloqueada. O grupo, que reuniu também crianças e idosos, pediu que os militares liberassem a entrada dos alimentos e medicamentos.

Em Caracas, manifestantes também foram às ruas em apoio a Maduro, que nega a existência de uma emergência humanitária no país e acusa os Estados Unidos de estarem tentando promover uma intervenção imperialista na Venezuela.

A crise política no país se agravou em 23 de janeiro, quando Guaidó, de 35 anos, se autoproclamou presidente e declarou que assumia os poderes executivos de Maduro. O opositor contou de imediato com o apoio dos Estados Unidos e prometeu formar um governo de transição e organizar eleições livres.

Maduro, no entanto, denunciou a iniciativa de Guaidó como uma tentativa de golpe de Estado liderada pelos Estados Unidos.  Cerca de 40 países já declararam apoio a Guaidó, entre eles Brasil e Alemanha, e uma série de outros países sul-americanos. Maduro conta com o apoio das Forças Armadas venezuelanas e de aliados como Rússia e China.

Além da crise política, a Venezuela enfrenta um colapso econômico. A falta de segurança, os baixos salários, os altos preços e a escassez de alimentos e medicamentos levaram quase 3 milhões de venezuelanos a emigrarem desde 2015, especialmente com destino aos vizinhos Brasil e Colômbia, mas também para Peru e Equador.

CN/efe/lusa/afp/rtr/ap

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