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Governo Trump tenta tranquilizar aliados na Ásia

14 de junho de 2018

Em Seul, perante chanceleres de Coreia do Sul e Japão, secretário de Estado americano tenta esclarecer dúvidas deixadas pelo texto vago da declaração da cúpula com Kim Jong-un.

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Secretário de Estado americano, Mile Pompeo, e seu homólogo japonês, Taro Kono, em Seul
Secretário de Estado americano, Mile Pompeo, e seu homólogo japonês, Taro Kono, em SeulFoto: Reuters/Kim Hong-ji

O secretário de Estado americano, Mike Pompeo, assegurou nesta quinta-feira (13/06) que Washington permanece com o objetivo de atingir a "desnuclearização completa, verificável e irreversível" da Coreia do Norte, de acordo com o que foi estipulado na cúpula entre o presidente Donald Trump e o líder norte-coreano, Kim Jong-un.

Em Seul, onde se reuniu com seus homólogos da Coreia do Sul, Kang Kyung-wha, e Japão, Taro Kono, Pompeo tentou responder às criticas sobre os termos da declaração conjunta de Kim e Trump divulgada após a cúpula em Cingapura, que não esclarecem de que forma serão atingidos os objetivos acordados pelos dois líderes.   

No documento, Trump e Kim se comprometem a iniciar uma nova era nas relações bilaterais e estabelecer "uma paz estável e duradoura". O texto menciona que Washington oferecerá garantias de segurança a Pyongyang e que ambos os países trabalharão para a desnuclearização da Península Coreana, sem especificar de que forma isso deverá ocorrer. Segundo Washington, os detalhes serão negociados nas próximas rodadas de negociação entre os dois países.

Pompeo desmentiu uma reportagem divulgada na imprensa estatal norte-coreana de que Washington faria concessões à Pyongyang antes mesmo da conclusão do processo de desmantelamento das capacidades nucleares do país. "Vamos conseguir a desnuclearização", assegurou o secretário. "Somente então haverá o alívio das sanções".

O secretário insistiu que as sanções contra o país asiático não serão aliviadas até que o processo de desnuclearização seja concluído. Ele afirmou que Kim Jong-un "compreende a urgência" desse processo, que deverá ocorrer de modo "gradual e com condições".

Trump e Kim: um encontro histórico

Pompeo demonstrou irritação ao ser pressionado por repórteres se Trump e Kim haviam discutido os mecanismos de verificação desse processo. "Acho essa pergunta insultante, ridícula e, francamente, absurda", disparou. "Não se deve brincar com um assunto sério como esse."

Ele negou que a declaração de Trump em seu perfil no Twitter, afirmando que a "ameaça nuclear da Coreia do Norte já não existe mais", fosse prematura. Ele disse que o presidente mantém os "olhos bem abertos" quanto a um possível fracasso diplomático e estava apenas se referindo ao caráter histórico de sua reunião com Kim.

Ao falar sobre a surpreendente declaração de Trump após a reunião, prometendo pôr fim aos exercícios militares realizados periodicamente entre as forças dos EUA e da Coreia do Sul, Pompeo assegurou que caso a Coreia do Norte emperre as negociações no futuro, os "jogos de guerra" serão reinstituídos.

O anúncio do presidente americano surpreendeu não apenas seus aliados sul-coreanos, mas também o comando militar de seu próprio país. Pyongyang afirma que os exercícios seriam um ensaio de Washington e Seul para uma futura invasão de seu território, e considera as manobras como uma grave provocação.

A ministra sul-coreana no Exterior, Kang Kyung-wha, disse que a questão não está totalmente resolvida e que ainda não foi "discutida em profundidade". Ela, porém, assegurou que a aliança de seu país com os americanos não será abalada por esse motivo. "É uma questão que deverá ser discutida e coordenada pelas autoridades militares da Coreia do Sul e dos EUA", afirmou.

RC/efe/afp/ap/ots

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