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Governo dos EUA alerta população para novo "11 de Setembro"

5 de abril de 2020

Chefe da Saúde Pública do país prevê que próxima semana será "a mais difícil e mais triste da vida da maioria dos americanos". Ele compara repercussão a dois dos maiores traumas da história dos Estados Unidos.

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Pessoas com roupas de proteção de epidemia puxam duas macas com corpos cobertos com plástico vermelho
Funcionários de hospital em Nova York transportam corpos durante crise de covid-19Foto: Reuters/A. Kelly

O chefe da Saúde Pública dos EUA, o vice-almirante Jerome Adams, afirmou neste domingo (05/04) que os próximos dias serão "a semana mais difícil e mais triste da vida da maioria dos americanos" devido à pandemia do novo coronavírus, tecendo um paralelo com alguns dos momentos mais traumáticos da história do país.

"Será nosso momento Pearl Harbor, nosso 11 de Setembro", disse Adams, comparando a crise de covid-19 ao ataque japonês contra a base naval de Pearl Harbor durante a Segunda Guerra Mundial e ao atentado contra o World Trade Center, em 11 de setembro de 2001.  "Vai acontecer isso tudo sobre o país. E quero que os Estados Unidos entendam isso", acrescentou o oficial, que exerce na administração americana um cargo similar ao do ministro da Saúde no Brasil.

Adams ressaltou ser importante o isolamento social para evitar que o sistema de saúde americano entre em colapso. Ele também enviou uma mensagem aos governadores americanos que ainda não impuseram medidas de isolamento social em seus estados. "Se vocês não puderem nos dar um mês, nos deem o que puderem. Nos deem uma semana. Qualquer coisa que puderem, nesse momento particularmente difícil, quando estaremos alcançando nosso pico nos próximos sete a dez dias", pediu.

Mais de 2.400 americanos morreram no ataque surpresa japonês à base militar de Pearl Harbor, no Havaí, em 1941, e outros 2.996 perderam a vida nos ataques terroristas de 11 de setembro de 2001 contra as Torres Gêmeas, em Nova York, o Pentágono e contra um avião que caiu na Pensilvânia.

As mortes por covid-19 nos Estados Unidos já superaram ambos os números, com mais de 9 mil até este domingo. O número de pessoas infectadas no país passou de 321 mil.

Mas a aceleração de contágios e óbitos nos últimos dias gerou previsões pessimistas para os próximos dias. "Esta vai ser uma semana ruim", afirmou a  referência em epidemiologia no país, Anthony Fauci, durante outra entrevista neste domingo na cadeia de televisão CBS News. "Vamos seguir vendo uma escalada. Mas esperamos que no prazo de uma semana, quem sabe um pouco mais, comecemos a ver um achatamento da curva e um declínio", acrescentou.

Fauci esclareceu que não se pode dizer que os Estados Unidos estejam mantendo a crise "sob controle, porque isso seria uma afirmação falsa", mas ele disse que as medidas para conter o contágio, com mais de 90% da população sob ordens de permanecer em casa, "estão claramente funcionando".

Para o estado de Nova York, que concentra mais de um terço das infecções do país, Fauci previu que a próxima semana será difícil porque, segundo ele, o pico de contágios ainda não foi alcançado. "Em uma semana, oito ou nove dias, esperamos começar a ver as coisas mudarem", acrescentou.

O epidemiologista também lançou uma crítica velada aos governadores – todos republicanos – dos únicos nove estados nos EUA que ainda não determinaram medidas de isolamento social: Arkansas, Oklahoma, Utah, Carolina do Sul, Iowa, Nebraska, Wyoming, Dakota do Norte e Dakota do Sul. "Não é que eles estejam colocando em risco o resto do país, é que eles estão colocando em risco a si mesmos", disse Fauci, que dirige o Instituto Nacional de Alergia e Doenças Infecciosas dos EUA (NIAID, em inglês).

MD/efe/ap

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