1. Pular para o conteúdo
  2. Pular para o menu principal
  3. Ver mais sites da DW

Global Media Forum

5 de junho de 2009

Mais de dez anos após início da revolução multimídia, jornalismo cidadão exige novo posicionamento da mídia tradicional. Fórum em Bonn discutiu a troca de informações através das redes sociais na internet e celulares.

https://p.dw.com/p/I4KO
Nazli Farokhi luta pelos direitos da mulher no Irã através de seu blogFoto: DW

Os recentes ataques em Mumbai, na Índia, e a aterrissagem de um avião no rio Hudson, em Nova York, foram os exemplos mais recentes de como pessoas anteriormente consideradas audiência se transformaram em jornalistas. Rapidamente, suas imagens dos acontecimentos se espalharam por todo o mundo.

Armados com celulares com câmeras conectados à internet, os chamados jornalistas cidadãos determinam frequentemente a direção das coberturas. Blogs, YouTube, Flickr, Orkut, Twitter – a tecnologia por trás desse rápido desenvolvimento é chamada de mídia social.

Deutsche Welle Global Media Forum, que se encerrou nesta sexta-feira (05/06), em Bonn, discutiu em diversos painéis o valor do jornalismo cidadão e a necessidade de reposicionamento do jornalismo tradicional em tempos da mídia social.

Melhores blogs

Preisverleihung von The Bobs am Donnerstag 04.06.2009 auf dem Deutsche Welle Global Media Forum
Rosana Herrmann recebe prêmio no antigo plenário do Parlamento alemãoFoto: DW

Nesse contexto, blogs são um dos melhores exemplos da utilização de ferramentas proporcionadas pela internet para a distribuição global de conteúdo.

Na quinta-feira, durante o fórum mundial da mídia, ocorreu a entrega de prêmios aos vencedores do The BOBs, o maior concurso internacional de weblogs, podcasts e videoblogs do mundo, organizado pela Deutsche Welle desde 2004. Ele é concedido todo ano em 11 idiomas, ao lado do prêmio de melhor weblog e o prêmio da organização Repórter sem Fronteiras.

O Global Media Forum deste ano convidou os blogueiros vencedores do prêmio de 2008 para recebê-lo em Bonn. Entre os premiados estava a blogueira, roteirista e física nuclear brasileira Rosana Herrmann, que com seu Querido leitor ganhou o prêmio de melhor weblog em português, no ano passado. Rosana Herrmann declarou que seu blog se destina a "dar força às pessoas".

Jornalismo cidadão e liberdade de expressão

Uma das características do jornalismo cidadão é a liberdade de expressão. A blogosfera no Irã, por exemplo, é imensa. E a razão para tal é que a internet não é tão censurada quanto o rádio ou TV no país.

Uma situação que está mudando, explicou a vencedora do prêmio Repórter sem Fronteiras, a blogueira iraniana Nazli Farokhi, que luta pela igualdade de direitos da mulher no Irã. Muitos dos amigos que trabalham com Farokhi estão presos no Irã.

Por outro lado, em regiões como a África, onde o acesso à internet é difícil, o celular tem sido um dos meios mais eficazes para a propagação de notícias. Através do projeto Voices of Africa, que ganhou o prêmio de melhor videoblog no The Bobs, jornalistas amadores são treinados a distribuir informação através de seus celulares, extremamente propagados no continente africano.

Mídia tradicional contra mídia social?

Philippinen Flugzeug Notlandung
Foto enviada por jornalista cidadão em avião que fez pouso forçado nas FilipinasFoto: AP

Como a mídia tradicional deve se posicionar em relação à mudança do "consumidor" para "distribuidor" de conteúdo através de plataformas de mídia social? A "agência de notícias pessoal" é um concorrente ou um parceiro?

Para o guru das redes sociais na internet Howard Rheingold, a mídia social é uma realidade e o futuro do jornalismo está na cooperação. O diretor de estratégia, marketing e distribuição da Deutsche Welle, Guido Baumhauer, acha que o futuro do conteúdo jornalístico está na sua distribuição em plataformas múltiplas, em combinar a plataforma certa com o conteúdo certo, disse.

Diversos outros painéis discutiram da reinvenção do jornalismo à crise financeira da mídia tradicional. No final do Global Media Forum, a questão de se a mídia social irá ou não substituir a mídia tradicional parece ainda ter ficado em aberto. Em um ponto, todavia, muitos concordaram. Se há um segredo para a salvação do jornalismo, ele está na qualidade.

Autor: Carlos Albuquerque

Revisão: Simone Lopes