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Direitos humanos

Bernd Riegert (ca)15 de novembro de 2007

Em entrevista à Deutsche Welle, o comandante da Força Internacional de Assistência à Segurança (Isaf), General Egon Ramms, confirma as acusações de torturas de prisioneiros entregues pela Isaf a autoridades afegãs.

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Deutsche Welle conversou com o General alemão Egon RammsFoto: DW

A organização de direitos humanos Anistia Internacional (AI) criticou o tratamento dado a prisioneiros pela missão internacional Isaf no Afeganistão. Os presos foram entregues a autoridades afegãs, principalmente ao serviço secreto. Alguns deles desapareceram ou foram torturados. Unidades alemãs também teriam enviado prisioneiros aos afegãos.

A Otan, que chefia a Isaf, rejeita as críticas. O Ministério da Defesa em Berlim quer agora investigar a veracidade do relatório da AI. Após as declarações de um general das Forças Armadas Alemãs, comandante da Isaf, a oposição no Parlamento alemão exige esclarecimento.

Na quarta-feira (14/11), a Deutsche Welle conversou com o General Egon Ramms no quartel-general da Otan em Brunssum, nos Países Baixos. O general confirmou que prisioneiros entregues pela Isaf às autoridades afegãs haveriam sofrido abusos e torturas.

General confirma acusações da Anistia Internacional

Afghanistan Soldat bei Sonnenaufgang
Autoridades afegãs são acusadas de torturaFoto: AP

À Deutsche Welle, Ramms afirmou que "existem casos isolados, dos quais temos conhecimento, onde teriam acontecido ações em prisões afegãs que certamente contrariam nossa concepção, do ponto de vista do direito internacional e humanitário. Segundo nosso conhecimento, trata-se de casos isolados e tentamos assim tratá-los, de forma que deixamos a decisão aos líderes locais de entregar ou não os prisioneiros às respectivas autoridades afegãs".

O general da Otan confirma, assim, as acusações feitas pela Anistia Internacional, na última terça-feira (13/11) em Bruxelas. A princípio, a Otan rejeitou todas as acusações. Não haveria tais constatações, afirmou James Appathurai, porta-voz da organização. Por outro lado, O General Ramms comenta agora, abertamente, que aconteceram tais incidentes no caso do contingente canadense.

"Os canadenses identificaram tais casos na província de Kandahar, em seu relatório, e eles não mais enviaram seus prisioneiros a estas instalações. Somente onde os direitos humanos dos prisioneiros puderam ser garantidos, ocorreu uma entrega de prisioneiros às autoridades afegãs, ao governo afegão", comentou o general.

Ações erradas

O general alemão referiu-se ainda ao fato de que, segundo as regras da atuação da força-tarefa no Afeganistão, seus soldados teriam sido obrigados a entregar prisioneiros aos postos afegãos.

ISAF-Soldat der deutschen Bundeswehr in Afghanistan
Soldados obedecem ordensFoto: AP

Ramms afirmou que "naturalmente, isto não é um problema somente de ordem militar, mas também das ordens de comando, aprovadas pelo Conselho da Otan, que prevê a entrega de prisioneiros em 96 horas. Eu espero realmente que a política aja neste campo e exerça influência sobre o governo afegão para mudar esta situação. Se obedecem ordens que foram aprovadas, não é justo que soldados sejam repreendidos por terem cometidos ações erradas".

A Anistia Internacional exigiu que a tropa comandada pela Otan interrompesse todas as entregas de prisioneiros até segunda ordem. Christian Schmidt, secretário adjunto do Ministério da Defesa, demandou o esclarecimento das acusações e a averiguação do relatório da Anistia Internacional.

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