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Tempo de decisões

10 de julho de 2009

Grupo das maiores potências industriais encerrou cúpula em Áquila com sugestões para combater problemas do clima e da fome. Propostos 20 bilhões para autoajuda no 3º Mundo. Grêmio considera também sua própria ampliação.

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Líderes mundiais em Áquila, na ItáliaFoto: AP

O G8, grupo formado pelos sete mais importantes países industrializados e a Rússia, se despede de sua pretensão de liderança solitária. As graves consequências da crise econômica mundial, a ameaça da catástrofe climática e as pretensas potências nucleares Irã e Coreia do Norte, entre outras circunstâncias, podem obrigar o G8 a acolher novos parceiros em seu meio elitista. Entre eles, o Brasil, a China e a Índia.

Encabeçado pela chanceler federal alemã, Angela Merkel, e o presidente francês, Nicolas Sarkozy, o debate sobre o futuro do Grupo dos Oito inflamou-se no fechamento da cúpula em Áquila, nesta sexta-feira (10/07). São sobretudo os europeus a exigir mudanças, encontrando ressonância por parte do presidente norte-americano, Barack Obama.

20 bilhões para a agricultura no Terceiro Mundo

Em sua primeira participação na rodada das potências mundiais, Obama apresentou-se como força propulsora e "jogador de equipe" compreensivo. Ele colocou um acento próprio no terceiro e último dia da conferência, propondo uma iniciativa do G8 em favor dos agricultores do Terceiro Mundo.

Cerca de 20 bilhões de dólares, segundo ele, deveriam ser dedicados ao aumento da produção agrícola, a fim de tornar aqueles países independentes do ponto de vista da produção de alimentos. Trata-se, de acordo com Obama, de uma forma de incentivo à autoajuda. Entretanto, organizações humanitárias criticam os limites financeiros do projeto, especialmente por não estar claro quanto dos sugeridos 20 bilhões de dólares seria "dinheiro fresco".

A verba seria concedida ao longo de três anos. Porém, "em face das proporções dramáticas da crise de fome, são necessários no mínimo 25 bilhões de dólares adicionais por ano", rebateu a Oxfam.

Segundo a Organização Mundial de Alimentação e Agricultura, devido à crise financeira, o número dos que passam fome ultrapassou, pela primeira vez, a marca de 1 bilhão. Mas, apesar da crise, as nações industriais não pretendem reduzir suas contribuições humanitárias, pois o G8 cumpre suas promessas, assegurou Merkel durante o encontro em Áquila.

Clima no topo da lista

Também no espírito de Obama veio a exigência veemente do G8 à Coreia do Norte e ao Irã para para que encerrem seus programas nucleares. Caso contrário, em especial o Irã deverá contar com a imposição de sanções mais rigorosas.

No tocante à política climática, a premiê Merkel elogiou a contribuição dos Estados Unidos, que sob o antecessor de Obama, George W. Bush, viera praticamente boicotando qualquer avanço no setor.

Agora, além dos EUA, os países emergentes de maior porte estão também convencidos da necessidade de adotar medidas efetivas contra o aquecimento global. O assunto será debatido a fundo durante a cúpula mundial do clima, a ser realizada em dezembro, em Copenhague.

G8, G20 ou G14?

Os países europeus foram os primeiros a expressar abertamente durante a cúpula o desejo de ampliar o G8. Obama também declarou que consegue imaginar mudanças neste sentido. A Rússia e a União Europeia, contudo, mostraram-se mais reticentes com a perspectiva, lembrando as vantagens de uma rodada de debates menor.

O G8 inclui a Alemanha, Canadá, Estados Unidos, França, Itália, Japão, Reino Unido e Rússia. Já a partir de 2011, quando a França estará ocupando a presidência do clube de elite, o presidente Sarkozy deseja estabelecer um Grupo dos 14. Este possivelmente incluiria os países do G5 (Brasil, África do Sul, China, Índia e México) e o Egito.

Desde que a crise da economia mundial aniquilou valores bilionários, o G20, formado pelas nações de maior desempenho econômico, assumiu o gerenciamento da crise. Segundo Sarkozy, "o G8 não é mais suficientemente representativo para fazer frente à crise econômica".

Merkel propôs que se estabeleça uma nova estrutura para a cúpula de 2010. Também em sua opinião há, no momento, um excesso de encontros de chefes de governo e Estado.

AV/dpa

Revisão: Soraia Vilela