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Fórum Social Mundial

Agências (ca)28 de janeiro de 2009

Dezenas de milhares de pessoas participam, em Belém, do Fórum Social Mundial. Encontro de críticos da globalização e de movimentos sociais enfoca crise financeira, em vez de mudanças climáticas.

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Milhares de pessoas protestaram em BelémFoto: AP

O Fórum Social Mundial 2009 começou, nesta terça-feira (27/01), com uma passeata de protesto pelas ruas de Belém (PA). O encontro deste ano conta com a participação de mais de 80 mil pessoas provenientes de 150 países.

O Fórum Social Mundial (FSM) foi instituído por críticos da globalização como evento paralelo de protesto contra o Fórum Econômico Mundial, que acontece tradicionalmente na mesma época na cidade suíça de Davos.

A escolha da capital do Pará para sediar o encontro deste ano tinha como objetivo chamar a atenção da sociedade para as mudanças climáticas, para a ameaça à biodiversidade da Floresta Amazônica e para o destino dos povos indígenas brasileiros.

No entanto, assim como no Fórum Econômico Mundial em Davos, logo ficou claro que a crise financeira e econômica mundial se tornaria o principal tema de discussão do Fórum Social Mundial em Belém.

Colapso do sistema econômico mundial

Oded Grajew
Oded Grajew criticou ajuda a bancos e empresasFoto: cc-by Paulo Fehlauer-2.0

Pouco antes do início do 9° FSM, o brasileiro Oded Grajew, um dos fundadores do evento e antigo assessor do presidente Lula, criticou a ajuda bilionária a bancos, empresas e instituições devido à crise financeira.

Grajew lembrou que sempre foi dito que os meios econômicos disponíveis seriam escassos, mas que agora, de repente, teriam surgido bilhões de dólares para ajudar fabricantes de automóveis, bancos e firmas em bancarrota.

Grajew acresceu que esse dinheiro poderia ser usado no combate à miséria e na melhora do sistema educacional e de saúde. Grajew rebateu as críticas de que críticos da globalização somente expressariam suas queixas sem propor soluções.

O ex-assessor de Lula explicou que os últimos oito fóruns sociais mundiais teriam apontado para o colapso do sistema econômico, mas que as alternativas apresentadas nesses encontros não teriam sido levadas em consideração.

Discussão sobre a crise financeira

Alexis Passadakis, da ONG Attac, declarou que a base do movimento crítico à globalização não pretende deixar somente sob responsabilidade "do circulo elitista da política e da economia" a discussão sobre a crise financeira. "A declaração de bancarrota do sistema econômico neoliberal mundial é iminente", declarou o ativista da Attac.

Hugo Braun, membro do comitê de coordenação da Attac, afirmou que "Davos simboliza um mundo que vive do lucro", onde o dinheiro e não o Homem está no centro das atenções. Para Braun, o encontro de Belém deverá lançar um sinal de que "somos uma grande comunidade mundial e temos que resolver os problemas de forma conjunta".

"Não vamos pagar por sua crise"

Weltsozialforum Brasilien
Fórum em Belém é resposta a Fórum em DavosFoto: AP

Como resposta aos que acusam o Fórum de arbitrariedade e pouca força de penetração, os participantes pretendem discutir, em Belém, alternativas para o modelo capitalista e desenvolver estratégias de mobilização. Para tal, estão planejando um dia de mobilização mundial para o 28 de março próximo, pouco antes do próximo encontro de cúpula do G20, que acontecerá em 2 de abril, em Londres. Vários eventos deverão acontecer na Europa, informou a porta-voz da Attac, Frauke Distelrath.

A ONG informou que, na Alemanha, já estão marcados protestos em Berlim e Stuttgart, onde organizações ambientais, sindicatos e grupos de esquerda deverão protestar sob o lema "Não vamos pagar por sua crise".