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Frente Nacional expulsa Jean-Marie Le Pen

20 de agosto de 2015

Fundador da legenda de extrema direita é excluído pelo comitê executivo do partido francês, após série de comentários antissemitas e desavenças com a filha e atual líder da FN, Marine Le Pen.

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Foto: picture alliance/abaca/L. Liewig

O partido francês de extrema direita Frente Nacional (FN) expulsou, nesta quinta-feira (20/08), o fundador da legenda partidária, Jean-Marie Le Pen, em decorrência de desavenças com a filha e atual líder do partido, Marine Le Pen.

A expulsão do polêmico político, de 87 anos, é uma tentativa de derrubar a reputação antissemita da Frente Nacional e reforçar as perspectivas de Marine numa futura candidatura à eleição presidencial na França.

A Frente Nacional disse que Jean-Marie será "notificado em breve" sobre a decisão, que veio depois que o comitê executivo da FN interrogou-o durante horas e votou a favor da expulsão, devido a comentários polêmicos e antissemitas proferidas pelo líder radical em diversas ocasiões.

"No fim da reunião realizada hoje, o comitê executivo da Frente Nacional deliberou e decidiu, por maioria exigida, excluir o senhor Jean-Marie Le Pen como membro", disse o partido em comunicado.

Jean-Marie, um orador talentoso com gosto pela controvérsia, liderou a Frente Nacional por quase quatro décadas, mas recentemente entrou em rota de colisão com a filha, que assumiu a liderança do partido em 2011 e tenta, desde então, limpar a imagem de racismo e antissemitismo que a legenda partidária construiu no passado.

A polêmica final ocorreu em abril, quando Jean-Marie voltou a tecer comentários sobre câmaras de gás durante a Segunda Guerra, que teriam sido um "detalhe" da História. Ele também afirmou que a França deveria estabelecer uma boa relação com a Rússia para salvar o "mundo dos brancos".

Em seguida, Marine rompeu publicamente com Jean-Marie, afirmando que o pai estava cometendo "suicídio político" e, posteriormente, suspendeu-o do partido. No domingo, Jean-Marie disse em entrevista a um jornal francês local que não votaria na filha nas eleições presidenciais de 2017.

PV/afp/ap/rtr