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França precisa ser mais flexível com o Mercosul, diz Macri

5 de julho de 2016

Ao lado de Merkel, presidente argentino diz que conta com a capacidade de liderança da Alemanha. Chanceler elogia medidas de austeridade do novo governo em Buenos Aires.

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A chanceler federal alemã, Angela Merkel, e o presidente da Argentina, Mauricio Macri, em Berlim
Foto: Getty Images/S. Gallup

O presidente da Argentina, Mauricio Macri, disse que a França deve ser mais flexível no setor da agricultura nas negociações sobre um acordo comercial entre a União Europeia (UE) e o Mercosul. A declaração foi dada nesta terça-feira (05/07), em Berlim, durante encontro com a chanceler federal alemã, Angela Merkel.

"É claro que o capítulo mais difícil é a agricultura. Para Brasil, Argentina, Uruguai e Paraguai, isso é essencial. Nesse sentido, precisamos de uma posição mais flexível do lado francês", disse Macri. "Mas estou contando com a capacidade de liderança da Alemanha", acrescentou, ao lado de Merkel.

A chanceler alemã observou que a Argentina está se abrindo para o mundo novamente e acrescentou que as medidas de austeridade adotadas para estabilizar a economia "certamente darão resultados em longo prazo", apesar de afetarem mais aqueles com rendimentos baixos e médios.

Ela também anunciou que a Alemanha contribuirá para o desenvolvimento do setor de energia e da agricultura na Argentina. A questão da agricultura, no entanto, pode continuar a ser um ponto de atrito. A Argentina enfrenta forte resistência de nove países-membros da UE, liderados pela França, para abrir seus setores agrícolas para o comércio europeu.

Merkel sublinhou que a questão da agricultura é a parte mais complicada das negociações, não apenas para a França, mas também para a Alemanha.

O presidente argentino disse também que há um enorme potencial para aumentar a cooperação em muitos setores entre a UE e a Argentina. Macri afirmou que a Argentina espera se tornar parte de uma "agenda mundial", com uma série de reformas econômicas sob seu governo.

Tanto Merkel como Macri destacaram que, apesar dos desentendimentos sobre a agricultura, houve progressos entre a UE e o Mercosul. As negociações sobre acordos de livre comércio entre os dois blocos estiveram suspensas por muitos anos.

Enquanto Macri ressaltou que gostaria de obter "melhorias mais rápidas" em determinadas áreas, tais como a facilitação nas exportações de biodiesel da América do Sul, Merkel disse que as negociações entre os dois blocos ainda levarão tempo.

"Depois da estagnação durante anos, nós certamente não seremos capazes de chegar a um acordo de livre comércio em 14 dias. As coisas terão de tomar o seu tempo", afirmou a chanceler federal.

PV/rtr/dpa