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Dinheiro para o povo

5 de maio de 2011

Nos EUA, há 30 bilhões de dólares confiscados, na Alemanha são 6 bilhões de euros. Dinheiro deve reverter à população "para amenizar o sofrimento", afirma ministro alemão. Na Líbia, guerra civil chegou a impasse.

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Hillary Clinton (e) e ministro italiano Franco Frattini na conferência em RomaFoto: AP
O Grupo Internacional de Contato para a Líbia irá criar um fundo especial de apoio financeiro ao Conselho Nacional de Transição na Líbia, formada pelos opositores do ditador Muammar Kadafi. A decisão foi anunciada nesta quinta-feira (05/05), após a reunião em Roma dos ministros do Exterior dos países integrantes do grupo.
O fundo fiduciário estará submetido a rigorosas medidas de controle. Ele incluirá o dinheiro confiscado da fortuna de Kadafi no exterior. Nos Estados Unidos, há 30 bilhões de dólares congelados, cujo acesso só será possível através de uma emenda à lei, declarou a secretária de Estado dos EUA, Hillary Clinton, em Roma.
Dinheiro para o povo
Somente na Alemanha, as contas bancárias bloqueadas totalizam 6,1 bilhões de euros. O ministro alemão das Relações Exteriores, Guido Westerwelle, fez questão de explicitar que a soma congelada está exclusivamente à disposição "do povo líbio".
"Precisamos zelar para que essa riqueza chegue ao povo, a fim de amenizar o sofrimento", declarou Westerwelle.
Outra fonte financeira do fundo será a extração de petróleo nos territórios dos insurgentes. Devido a suas reservas de matéria-prima, a Líbia é uma das nações mais ricas do continente africano. Contudo, no momento pesa sobre ela um amplo embargo para as exportações de petróleo e gás, como sanção contra o regime Kadafi.
Libyen Dhuheiba Flüchtlingsstrom nach Tunesien
Refugiados líbios a caminho da TunísiaFoto: AP
Missão militar x solução política
O Grupo de Contato foi criado em março último, com o fim de coordenar uma solução pacífica para a crise na Líbia. A maior parte de seus integrantes participa da intervenção militar internacional naquele país árabe.
A Alemanha foi a única nação ocidental a se abster de votar a resolução do Conselho de Segurança da ONU sobre a missão militar. Nesta quinta-feira, em Roma, voltou-se a insistir na intenção de buscar uma solução política para o conflito líbio.
Num encontro em abril, no Qatar, o grupo já concordara em estudar a criação de um "mecanismo financeiro temporário" destinado ao Conselho Nacional de Transição dos rebeldes líbios. Os líderes dos insurgentes, sediados na cidade de Benghazi, dizem necessitar de créditos internacionais de até 3 bilhões de dólares para que possam continuar os combates e prover a população com medicamentos e gêneros alimentícios.
O presidente do Conselho, Mahmud Djibril, também esteve em Roma, assim como os representantes de 40 países e organizações internacionais, incluindo a ONU, a Otan, a Liga Árabe e a União Africana. O próximo encontro do Grupo de Contato deverá ser realizado em junho nos Emirados Árabes Unidos.
Impasse na guerra civil
Enquanto isso, a embarcação Red Star One, fretada pela Organização Internacional de Migração, aportou com mais de 1.138 refugiados em Benghazi, vinda da vizinha Misrata. Entre os passageiros, estão cerca de 800 trabalhadores estrangeiros e 300 líbios. Mais de 30 pessoas estão feridas, disse uma porta-voz da organização.
Segundo informações dos rebeldes, cinco pessoas morreram na quarta-feira quando soldados de Kadafi atiraram na multidão que tentava embarcar no navio em Misrata. O porto é a única conexão com o mundo externo para os insurgentes da cidade sitiada há semanas.
Após dois meses de combates, a guerra civil na Líbia chegou a um impasse: os rebeldes dominam o leste do país e as tropas de Kadafi ocupam o oeste, com exceção de poucas cidades, como Sintan e Misrata. Milhares de pessoas estão tentando escapar dos conflitos.
AV/dpa/rtr
Revisão: Roselaine Wandscheer