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Fischer: "Queremos prosseguir neste caminho"

Roselaine Wandscheer28 de fevereiro de 2003

Chefe da diplomacia alemã saúda anúncio de Bagdá de que vai desmantelar os mísseis Al-Samoud-2. Alemanha vê-se recompensada nos esforços em solucionar o conflito por vias diplomáticas.

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Prazo para iniciar destruição dos mísseis expira neste sábadoFoto: AP

O ministro alemão das Relações Exteriores considera o anúncio de Bagdá de que iniciará a partir deste sábado o desmantelamento de seus mísseis com mais de 150 quilômetros de alcance como uma vitória dos inspetores de armamentos das Nações Unidas.

"Precisamos continuar trilhando este caminho pacífico para o desarmamento do Iraque", ressaltou Joschka Fischer nesta sexta-feira (28). O Iraque havia recebido prazo dos inspetores das Nações Unidas até este sábado para iniciar a destruição dos mísseis.

O ministro do Partido Verde acrescentou não entender por que há intenções de encerrar estes trabalhos de inspeção justamente num momento em que começam a demonstrar resultados concretos. "O meio para o desarmamento são os inspetores, e queremos prosseguir neste caminho", garantiu o ministro alemão.

Já o perito em política de exterior do maior partido de oposição (CDU/CSU), Friedbert Pflüger, vê confirmadas suas afirmações de que o Iraque só reage sob pressão. O político sugere que seja estipulada uma data-limite para que o Iraque tenha destruído todas as suas armas.

Por outro lado, os mais estreitos aliados de Washington na Europa, os primeiros-ministros da Grã-Bretanha e da Espanha, advertiram o Iraque para que não faça troça das Nações Unidas. Tony Blair e José María Aznar expediram um apelo conjunto ao Conselho de Segurança, após um encontro em Madri nesta sexta-feira.

Ambos os líderes políticos apelaram ao órgão máximo das Nações Unidas para que continue firme e não mostre fraquezas em relação a Bagdá. "O que está em jogo é a credibilidade da ONU", advertem Blair e Aznar.

Rússia ameaça usar direito de veto

Os esforços diplomáticos dos adversários de uma eventual guerra contra o Iraque prosseguem. A Rússia declarou oficialmente, pela primeira vez, sua disposição em fazer uso de seu direito de veto como membro permanente do Conselho de Segurança das Nações Unidas.

A União Européia, por seu lado, enviou mais uma delegação as Estados Unidos. Desta vez, estiveram em Washington o ministro do Exterior da Grécia, Giorgos Papandreou; o chefe da diplomacia da comunidade dos 15, Javier Solana; e o comissário de Relações Exteriores, Chris Patten.

Numa conversa com Colin Powell, ouviram do secretário norte-americano de Estado que a intenção iraquiana de destruir os mísseis Al-Samoud-2 não mudou a posição dos Estados Unidos. "Por serem proibidos, estes mísseis já tinham de estar destruídos há muito tempo. Eles (os iraquianos) vinham adiando até onde podiam. Agora queremos ver o que está escrito nessa carta (de Bagdá às Nações Unidas). Saddam Hussein apenas quer desviar a atenção, ganhar tempo. Na realidade, ele ignora a vontade da comunidade internacional", acusa Powell.

Os europeus, por seu lado, mais uma vez tiveram de reconhecer a falta de uma linha conjunta em relação ao Iraque. "Embora todos os membros da União Européia reconheçam em Saddam Hussein um perigo e defendam a necessidade de desarmá-lo, há divergências de opinião sobre como fazer isso", lamenta Chris Patten.

Os esforços europeus pelo desarmamento pacífico do Iraque prosseguem neste final de semana. Na condição de presidente da União Européia, a Grécia enviará seu ministro do Exterior à conferência da Liga Árabe no Egito.