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Fiat Chrysler desiste de fusão com a Renault

6 de junho de 2019

Fabricante ítalo-americana justifica retirada da oferta devido à falta de condições políticas na França. Mais cedo, governo francês havia pedido para a Renault adiar a tomada de decisão sobre o acordo.

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Logomarca da Fiat ao lado da logomarca da Renault
Fusão criaria a terceira maior maior fabricante de automóveis do mundoFoto: Reuters/E. Gaillard

A direção do grupo ítalo-americano Fiat Chrysler anunciou que retirou a proposta de fusão feita à Renault por considerar que faltam condições políticas na França para que a negociação seja bem-sucedida.

No comunicado, divulgado na noite desta quarta-feira (05/06), a Fiat Chrysler disse seguir "firmemente convencida" quanto à razão "convincente e transformadora" da proposta, avaliada em US$ 40 bilhões.

Mais cedo, o Conselho de Administração da Renault informou que, a pedido do governo da França, principal acionista da empresa, adiaria a decisão sobre a sequência das negociações entre as empresas.

"O conselho de administração não pode tomar uma decisão devido ao desejo expresso pelos representantes do Estado francês de adiar a votação para uma reunião posterior", indicou a Renault em comunicado. 

O anúncio da fabricante de carros francesa ocorreu depois de uma reunião de seis horas do conselho de administração nos arredores de Paris e um dia depois de uma reunião semelhante também ser inconclusiva, de acordo com a agência Associated Press (AP). 

EM nota, a Fiat Chrysler ressaltou que a proposta continha "termos cuidadosamente equilibrados para oferecer lucros substanciais a todas as partes". A empresa ainda argumenta que "ficou claro que não há condições políticas na França atualmente para que tal combinação prossiga com sucesso".

A direção da Fiat Chrysler agradeceu ao grupo Renault pelo "compromisso construtivo" e disse que seguirá tomando as medidas necessárias para implementar sua estratégia empresarial.

O ministro das Finanças da França, Bruno Le Maire, justificou o pedido do novo adiamento em entrevista à emissora RMC, na qual afirmou que era necessário estudar melhor as condições da fusão.

"Queremos fazer essa fusão, mas não com qualquer condição e sim com as que nós estabelecemos. Levaremos o tempo necessário", disse.

O governo da França exigia garantias de que os empregos dos 46 mil funcionários da Renault no país seriam mantidos e de que teria representação na direção da nova empresa que surgiria da fusão. Além disso, a Renault também sofria pressão de Nissan e Mitsubishi, que mantém uma aliança com a montadora.

Já o primeiro-ministro da Itália, Giuseppe Conte, também havia se pronunciado em defesa dos interesses dos italianos e afirmou na quarta-feira que acompanhava as negociações com atenção, esperando que a fusão não provocasse demissões no país.

A Fiat Chrysler propôs um plano de fusão à Renault no dia 27 de maio. O novo grupo seria detido em 50% pelos acionistas da Fiat Chysler e em 50% pelos da Renault e produziria cerca de 8,7 milhões de veículos por ano. 

A união iria criar a terceira maior empresa do mundo do setor, depois da Volkswagen e da Toyota, e poderia reformular a indústria automobilística na corrida para produzir veículos elétricos e autônomos.

LE/efe/lusa

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