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Federação Alemã de Futebol não lucrou com a Copa

Marion Andrea Strüssmann27 de agosto de 2002

Apesar de a seleção ter conquistado o vice-campeonato mundial, a Federação Alemã de Futebol não obteve qualquer lucro financeiro. As principais causas foram os gastos com a viagem e o pagamento de prêmios aos jogadores.

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Logotipo da DFBFoto: APTN

O custo da rodada final de jogos da última Copa do Mundo foi de 8,5 milhões de euros. De acordo com o diretor financeiro da Federação Alemã de Futebol, Bernd Pfaff, a entidade arrecadou no mesmo período uma quantia equivalente. Isto significa que, no final das contas, não houve lucros nem perdas para o futebol alemão.

Esta é uma realidade bastante inusitada. Há dois anos, quando a seleção alemã foi desclassificada ainda nas primeiras rodadas da Eurocopa, a DFB obteve um lucro significativo, no valor de 1, 6 milhão de euros. Na época, a arrecadação foi de 3,6 milhões de euros e os gastos ficaram em 2 milhões de euros.

A diferença entre a Copa e a Eurocopa é que os jogos mundiais foram disputados nos distantes países Japão e Coréia do Sul, o que elevou bastante as despesas. Outro agravante é que, desta vez, os jogadores receberam prêmios pelas vitórias conquistadas, o que não ocorreu em 2000.

Enquanto a seleção alemã saiu de mãos abanando da Eurocopa 2000, o vice-campeonato mundial rendeu a cada jogador 71.600 euros. Até craques como Lars Ricken, Jens Lehmann e Hans Jörg Butt, que foram convocados mas não entraram em campo, receberam o valor total do prêmio. "Isso é um procedimento normal na DFB", disse Pfaff.

O treinador da seleção, Rudi Völler, e os assistentes Michael Skibbe, Erich Rutemöller e Sepp Maier embolsaram, cada um, 71.600 euros. O pagamento destes prêmios custou à DFB quase 2 milhões de euros, sem contar o salário do resto da delegação e da equipe médica.

Mais despesas -

Outro gasto bastante significativo foi o pagamento efetuado aos clubes pelo empréstimo dos jogadores. Cada clube alemão recebeu por craque e por partida 3 mil euros. Esta regra valeu para os 23 jogadores da seleção alemã que participaram da Copa, tenham eles atuado em campo ou apenas ficado no banco dos reservas. Pelos sete jogos que a seleção disputou na Ásia, a DFB desembolsou cerca de 500 mil euros.

A apólice de seguros que cobriu os jogadores durante a Copa custou à entidade outros 270 mil euros. As despesas com hospedagem, transporte e alimentação também consumiram boa parte da verba da DFB.

Prêmios -

Pelo sucesso nos jogos eliminatórios, que garantiu à Alemanha a participação na Copa, os craques já haviam recebido até 128 mil euros em prêmios, quantia que variou conforme o número de partidas em que cada um atuou.

Além disso e do prêmio pelo vice-campeonato, cada jogador ainda receberá dos patrocinadores mais uma boa gratificação em dinheiro no final do ano, conforme contrato firmado antes do campeonato mundial. Vale esclarecer que esta remuneração extra foi fixada independente do resultado da seleção na Copa.

Vantagem -

Se não gerou lucros financeiros, o desempenho do futebol alemão na última Copa solidificou uma boa imagem da seleção tanto no país como no exterior. "Não conseguiríamos alcançar tanta projeção de outra forma, nem mesmo com uma campanha publicitária milionária", admitiu Pfaff, esclarecendo que o lucro nem sempre está relacionado apenas ao dinheiro.

O retorno financeiro, neste caso, deverá vir a longo prazo, por exemplo, através do lucro resultante de amistosos com times expressivos. Após o fraco desempenho na Copa de 98, quando a Alemanha foi desclassificada nas quartas-de-final, e da frustrante atuação na última Eurocopa, há dois anos, a seleção deixou de ser uma das mais requisitadas no futebol mundial. O técnico Rudi Völler inclusive teve problemas para encontrar times fortes que estivessem dispostos a jogar contra seu selecionado antes da Copa.

Com a conquista do vice-campeonato, a situação mudou totalmente. O futebol alemão voltou a ocupar uma posição de destaque no cenário internacional. A partir de agora não será difícil encontrar adversários que queiram disputar uma partida contra a seleção alemã. No dia 12 de novembro, no moderno estádio do Schalke, está programado um grande confronto. A Alemanha enfrentará a Holanda, seu time arquiinimigo. O jogo promete ser a sensação do outono europeu.

Ajuda -

Os jogadores da seleção alemã decidiram doar 500 mil euros às vítimas da grave enchente no leste e sudeste da Alemanha. "Com bastante dinheiro é possível fazer muitas coisas boas", justificou o capitão e goleiro da seleção, Oliver Kahn, a doação que ele e seus colegas decidiram fazer.