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FBI impede complô para sequestrar governadora do Michigan

8 de outubro de 2020

Grupo ligado a milícia planejou ataque à sede do governo do estado americano e contra autoridades da lei e conspirava para derrubar governadores através de ações violentas, além de incitar uma "guerra civil" no país.

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Governadora do Michigan, Gretchen Whitmer, era alvo de plano para sequestrá-la
Governadora do Michigan, Gretchen Whitmer, era alvo de plano para sequestrá-laFoto: Michigan Office of the Governor/AP/picture-alliance

Autoridades americanas prenderam um grupo acusado de planejar o sequestro da governadora do Michigan, a democrata Gretchen Whitmer, supostamente com a intenção de incitar uma "guerra civil" nos Estados Unidos, informou nesta quinta-feira (08/10) o escritório da Procuradoria-Geral do estado americano.

Os acusados, alguns deles associados a uma milícia de extrema direita, representavam uma "ameaça verossímil", segundo a procuradora-geral estadual, Dana Nessel. Entre os suspeitos, seis foram encaminhados para um tribunal federal, enquanto outros sete responderão em uma corte do Michigan por acusações de planejar ações contra a polícia e o Capitólio, sede do governo do estado.

Nessel disse que os sete suspeitos possuem ligações com uma milícia chamada Wolverine Watchmen. "Os indivíduos presos são suspeitos de identificarem o endereço pessoal de agentes de segurança para que se tornassem alvos, de fazerem ameaças de atos violentos, de tentar promover uma guerra civil e de se envolverem no planejamento e treinamento para uma operação de ataque ao edifício do Capitólio de Michigan, além de sequestrar autoridades, incluindo a governadora."

O FBI tomou conhecimento do plano no início de 2020 através do monitoramento de mídias sociais, onde indivíduos discutiam "derrubar através da violência" alguns governos estaduais, assim como integrantes das agências de manutenção da lei, segundo consta em uma declaração judicial do órgão federal de segurança.

Um informante confidencial do FBI participou de uma reunião do grupo em junho, na qual cerca de quatorze pessoas "conversavam sobre a criação de uma sociedade que seguiria a Declaração de Direitos dos EUA e que poderia ser autossuficiente". Segundo a agência, vários membros do grupo se tornaram informantes.

"Eles discutiam maneiras diferentes de atingir esses objetivos através de meios pacíficos e de ações violentas", diz do documento do FBI. Segundo as autoridades, eles cogitavam "assassinar 'tiranos' ou ainda 'tomar' um governador em exercício".

"Em certo momento, vários membros conversaram sobre governos estaduais que acusavam de violar a Constituição americana, incluindo o governo do Michigan e a governadora Gretchen Whitmer."

O FBI relatou que quatro dos seis homens acusados em nível federal planejavam se reunir nesta quarta-feira, para "fazer um pagamento por explosivos e trocar equipamento tático". O documento diz ainda que membros do grupo vigiavam a residência de férias da governadora e decidiram sequestrá-la para submetê-la um "julgamento" por traição.

Após as prisões, Whitmer agradeceu os agentes de segurança por desmantelarem o complô, que disse ter sido planejado por "homens doentes e depravados". "O ódio, a intolerância e a violência não têm lugar no estado do Michigan", afirmou.

Ela criticou Trump por se negar a condenar grupos de extremistas, como o que planejou sequestrá-la. "Na semana passada, o presidente dos Estados Unidos se recusou perante o povo americano a condenar supremacistas brancos e grupos de ódio como essas milícias no Michigan", ressaltou.

A governadora, do Partido Democrata, chegou a ser repreendida pelo presidente este ano em razão das medidas rígidas que adotou para conter a epidemia de covid-19 em seu estado. Grupos armados de extrema direita realizaram protestos em Lansing, capital do Michigan, onde exigiam o fim das restrições.

RC/dpa/afp/ap